Loja incendiada e equipamentos quebrados: criminosos voltam a atacar provedores de internet no CE após operação policial

Uma quadrilha teria realizado duas ações criminosas, contra empresas diferentes, em Caucaia, na madrugada desta segunda-feira (17). Mais dois suspeitos foram presos em flagrante

Escrito por
Messias Borges messias.borges@svm.com.br
(Atualizado às 18:38)

Criminosos voltaram a atacar provedores de internet no Ceará, três dias após uma operação policial e seis dias depois do último ataque. Uma quadrilha teria realizado duas ações criminosas, contra empresas diferentes, no mesmo bairro em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na madrugada desta segunda-feira (17).

[ATUALIZAÇÃO às 18h38]

Dois suspeitos foram presos nesta segunda. A primeira captura aconteceu ainda na madrugada, em Fortaleza, no bairro Parque Soledade. "O suspeito, um homem de 20 anos, foi preso em flagrante. O indivíduo já possuía passagens por tráfico de drogas", disse a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Já a segunda prisão ocorreu durante a tarde. O suspeito é um homem de 19 anos, com passagens por tráfico de drogas, também capturado no bairro Soledade. "Ele foi conduzido para a sede da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Ambos foram autuados em flagrante pelos crimes de atentado contra serviços essenciais, incolumidade pública por causar incêndio expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem e por integrar organização criminosa", disse a Pasta.

A reportagem apurou, com fontes policiais, que uma loja da empresa Giga+, na Rua Santa Helena, bairro Parque Soledade, foi incendiada. Já uma loja do provedor GPX Telecom foi invadida e teve equipamentos destruídos, na Rua José de Alencar, também bairro Parque Soledade. Os dois estabelecimentos ficam a 1,1 km de distância.

Veja ataque em uma das lojas:

A Pasta ressalta que a PCCE também segue realizando diligências para identificar outros suspeitos de participação em uma segunda ocorrência de dano registrada na região contra uma outra empresa de internet. As investigações contam com o auxílio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)."
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
Em nota

[Atualização, às 12h08]

Após a publicação da matéria, a Alloha Fibra, proprietária da provedora Giga+, enviou nota em que "lamenta o episódio que resultou na depredação de uma loja no bairro Parque Soledade, no município de Caucaia. A empresa esclarece que não houve feridos, está monitorando a situação para assegurar a integridade de seus colaboradores e a continuidade dos serviços, que já foram restabelecidos no local. Também vem oferecendo apoio irrestrito às forças de segurança do Estado".

A empresa GPX Telecom também foi procurada pela reportagem, mas não enviou manifestação. A matéria será atualizada, se houve resposta.

Os últimos ataques criminosos contra provedores de internet, no Ceará, tinham sido registrados há 6 dias, na última terça-feira (11), também em Caucaia. Naquele dia, fios de postes de internet foram cortados, um carro de uma empresa foi apedrejado e uma loja, de outra empresa do ramo, foi alvejada a tiros.

Operação policial em duas fases

Na quarta (12) e na sexta-feira (14) da semana passada, a Polícia Civil do Ceará (PCCE) deflagrou duas fases da Operação Strike, contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV), para interromper as ações criminosas contra provedores de internet. Nas duas ações, foram presos 25 suspeitos e cumpridos 40 mandados de busca e apreensão, em Fortaleza, Caucaia e cidades do Interior do Estado. 

Na Segunda Fase da Operação, três suspeitos foram presos e buscas de ilícitos foram realizadas, em Fortaleza, Canindé e Caridade. Esta última cidade teve ataques a postes e ameaças a provedores de internet, que deixaram parte da população do Município sem o serviço por mais de um dia.

Na Primeira Fase, deflagrada dois dias antes, a Polícia Civil prendeu 17 suspeitos, sendo 12 por mandados de prisão contra membros da facção criminosa Comando Vermelho que estariam participando das extorsões e dos ataques criminosos em Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante; e cinco proprietários de empresas provedoras de internet, que estavam na posse de material roubado ou estavam realizando a atividade de forma clandestina.