Chuvas diminuem neste domingo, mas maio acumula bom volume na Região Metropolitana de Fortaleza

Volume de grandes reservatórios ainda preocupa; agricultores comemoram desenvolvimento da plantação de grãos

Após quatro dias de bons índices pluviométricos em boa parte das regiões do Ceará, houve redução nas precipitações entre as 7h de sábado (15) e 7h deste domingo (16). Neste intervalo, as chuvas se concentraram no litoral Leste do Estado.

Dados parciais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam ocorrência de chuva em 17 cidades. Os maiores índices das últimas 24 horas foram observadas em:

  • Paracuru (48 mm);
  • Jaguaruana (27 mm);
  • Beberibe (25 mm);
  • Pindoretama (23 mm);
  • Aquiraz (20 mm);
  • Aracati (16 mm);
  • Eusébio (12 mm);
  • Fortaleza (11,8 mm);
  • Palhano (9 mm).

A gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, explicou que os fatores que favoreceram a ocorrência de chuva nos últimos dias devem-se “a uma condição de baixa pressão atmosférica sobre o oceano e a formação de um sistema, que os meteorologistas chamam de Cavado, que favorece a formação de nuvens de chuva”.

Acumulado de chuvas é positivo

Os bons volumes desta semana elevaram os índices pluviométricos que já se aproximam da normal climatológica para o mês. Meiry Sakamoto destalhou que “a média climatológica da primeira quinzena de maio foi de 72mm, abaixo apenas 20,5% do esperado para todo o mês, que é de 90,6 mm".

Apesar dos bons índices, as chuvas têm se concentrado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). "Na Capital cearense, as chuvas estão 54% acima da normal climatológica”, pontua a especialista. 

Ainda de acordo com a análise de Meiry Sakamoto, “no Maciço do Baturité, os dados indicam 38% acima da média esperada para o atual mês". Já na região do Cariri cearense, a média está aquém do normal.

Segundo a  meteorologista, choveu nesta primeira quinzena de maio apenas 16 mm, ou seja, 74,9% abaixo da normal climatológica mensal.

Reservatórios

As bacias do Salgado e do Alto Jaguaribe, que são importantes para o reabastecimento dos dois maiores e principais reservatórios do Ceará – Castanhão e Orós –, foram que as receberam menor índice pluviométrico no decorrer da primeira quinzena de maio.

O Castanhão tem, segundo o portal hidrológico da Cogerh, apenas 13,05% de volume acumulado. Devido a quase total ausência de chuvas no segundo semestre do ano, o índice inspira atenção, visto que, nos seis meses finais do ano, há perda por evaporação e o consumo de água tende a crescer.

O Orós, segundo maior açude do Estado, tem cenário melhor. Segundo a Cogerh, o volume de água do reservatório é de 28,99%. Os baixos índices são explicados pela ausência de chuvas em ambas as regiões.

Na bacia hidrográfica do Salgado, as chuvas estão 65% abaixo da normal climatológica, e no Alto Jaguaribe (onde está construído o Castanhão), o volume de chuva ficou 49% abaixo da média mensal.

Estragos e agricultura

Se, por um lado, as chuvas têm causado estragos no Maciço de Baturité e no litoral de Beberibe, com deslizamento de pedras, queda de árvores e erosão em rodovias estaduais e vias urbanas, por outro, têm favorecido o desenvolvimento do cultivo agrícola, e o Ceará deve ter uma boa safra de grãos de sequeiro neste ano.

“Quem plantou vai ter uma excelente colheita de milho, feijão e sorgo granífero”, comemorou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva.

A mesma avaliação fez o presidente do Sindicato Rural de Iguatu, entidade patronal, José Queiroz Magalhães: “As chuvas, apesar de irregulares, favoreceram neste ano a plantação de grãos de sequeiro e só temos muito o que comemorar”.