Passado o primeiro turno, os candidatos à presidência da República Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscam apoio de lideranças políticas para fortalecer os seus nomes nos Estados e garantir um resultado positivo no segundo turno. Nesta quarta-feira (5), Simone Tebet (MDB) declarou voto no ex-presidente por "reconhecer o seu compromisso com a democracia e a Constituição", que não vê no adversário.
No Ceará, a atual governadora Izolda Cela (sem partido), o senador eleito Camilo Santana (PT) e o governador eleito Elmano de Freitas (PT) seguiram a mesma posição desde antes de 2 de outubro. Em postagem nas redes sociais ao lado de Lula, a gestora afirmou que é preciso reforçar "compromisso com o Ceará e com o Brasil, em defesa da democracia e do melhor para o nosso povo”.
Já o candidato derrotado na disputa ao governo local, Capitão Wagner (União), e o senador Eduardo Girão (Podemos) afirmaram que apoiarão Jair Bolsonaro no segundo turno. “A gente vai viajar o Estado do Ceará todo e viabilizar material de campanha”, declarou o deputado federal licenciado. "O lado que o PT estiver, eu vou estar do outro lado. [...] Vou trabalhar de corpo e alma para mostrar para o cearense que ele pode escolher (outra opção)", disse Girão.
Apoios nos demais estados
Entre as demais 14 unidades federativas que elegeram governadores no primeiro turno, Bolsonaro tem o maior número de gestores aliados, com sete deles ao seu lado. São eles: Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal; Gladson Cameli (PP), do Acre; Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; Ratinho Junior (PSD), do Paraná; e Antônio Denarium (PP), de Roraima.
Outros quatro governadores já declararam apoio a Lula no segundo turno. Carlos Brandão (PSB), do Maranhão; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; e Rafael Fonteles (PT), Piauí, já deixaram claro o posicionamento a favor da campanha do PT.
Há dúvida, ainda, em Goiás e no Amapá, onde Ronaldo Caiado (União Brasil), Wanderlei Barbosa (Republicanos) e Clécio (Solidaridade), respectivamente, foram eleitos no domingo (2). O último compôs chapa com PT e PL. Já Caiado costura aliança com Bolsonaro.
Candidatos no segundo turno
Até esta quarta-feira (5), nove candidatos a governos estaduais indicaram apoio ao atual presidente na campanha pela reeleição. É o caso de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo; Wilson Lima (União), no Amazonas; Jorginho Mello (PL), em Santa Catarina; Carlos Manato (PL), no Espírito Santo; e Onyx Lorenzoni (PL), no Rio Grande do Sul.
Mato Grosso do Sul, Sergipe e Rondônia são casos à parte, já que os rivais no segundo turno aos governos locais têm, em cada estado, o mesmo posicionamento em relação à eleição ao Planalto. Na primeira situação, mesmo após Bolsonaro ter rompido com o PSDB no MS por apoio a Capitão Contar (PRTB), Eduardo Ridiel (PSDB) mantêm, “por lealdade e convicção, o compromisso com a reeleição” do presidente.
No segundo caso, os rivais Rogério Carvalho (PT) e Fábio Mitidieri (PSD) apoiam o retorno do ex-presidente, o que levou à judicialização da formalização da aliança em Sergipe.
Em Rondônia, Coronel Marcos Rocha (União) e Marcos Rogerio (PL) são alinhados e são abertos quanto ao voto no presidente, mas o atual governador do União Brasil é impedido pela Justiça de usar a imagem de Bolsonaro na campanha porque seu adversário é do partido do chefe do Planalto.
Já na Paraíba, os candidatos que estão no segundo turno local, João Azevêdo (PSB) e Pedro Cunha Lima (PSDB), fizeram campanha sem apoio de Lula ou Bolsonaro. O primeiro, que é o atual governador, entretanto, já sinalizou que " Lula e o PT têm potencial de agregar" e podem estar na campanha até 30 de outubro. Já o tucano tem evitado assumir uma posição sobre a questão.
Em Pernambuco, apesar de não compor coligação com o PT, Marília Arraes (Solidariedade) diz que "para estar do lado de Lula, não precisa de acordos políticos, precisa se posicionar a favor do povo". A adversária da deputada, Raquel Lyra (PSDB), não se posicionou sobre o assunto.
A questão sobre o apoio ao Lula está resolvida em Santa Catarina, na Bahia, no Espírito Santo, em São Paulo, no Amazonas e em Alagoas. Nesses estados, os postulantes a governador Décio Lima (PT), Jerônimo Rodrigues (PT), Renato Casagrande (PSB), Fernando Haddad (PT), Eduardo Braga (MDB) e Paulo Dantas (MDB), respectivamente, anunciaram o desejo pelo retorno do petista à presidência da República.
Ainda há impasse da parte de ACM Neto (União), na Bahia; e de Rodrigo Cunha (União), em Alagoas.
Outros apoios
Lula e Bolsonaro têm reunido apoios de peso em todo o País. O ex-presidente conseguiu alianças com o PDT Nacional (apoiado pelo ex-adversário Ciro Gomes), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a ex-rival Simone Tebet (MDB), o Cidadania e os senadores José Serra e Tasso Jereissati, ambos do PSDB.
Além dos governadores eleitos citados, o atual gestor tem base em duas figuras principais da Operação Lava Jato: o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) e o ex-juiz Sergio Moro (União), eleito senador do Paraná no último domingo (2).
O MDB e o PSDB liberaram seus filiados em relação ao apoio a Lula ou Bolsonaro no segundo turno, o que tem causado as articulações locais comentadas anteriormente.