Ex-candidato a vice-governador na chapa de Roberto Cláudio (PDT) em 2022, Domingos Filho afirmou, nesta quarta-feira (31), que o "PSD não será obstáculo" para a retomada de alianças que integravam o grupo governista do Ceará até meados do ano passado, antes do rompimento entre o PT e o PDT no Ceará. Até agora, o partido de Domingos não declarou se é base ou oposição ao Poder Executivo estadual.
As falas foram concedidas ao Diário do Nordeste nesta quarta-feira (31), durante evento de lançamento do projeto Formação em Escola de Gestão e Produção Legislativa Municipal da Unipace (Escola Superior do Parlamento Cearense), no anexo I um da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Com o racha entre os dois partidos na eleição de 2022, o PSD acabou optando por apoiar a candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio — que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Governo do Ceará. Passadas as eleições, o governador Elmano de Freitas (PT), o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o senador Cid Gomes (PDT) têm trazido de volta quadros e partidos que foram contra a ruptura do grupo e que defendem a manutenção da aliança. Inclusive, deputados estaduais do PSD na Assembleia integram bloco partidário liderado pelo PT na Casa.
"Como o governador, o ministro Camilo e o senador Cid têm dado sinais públicos de retomada do grupo que governou o Estado por esses últimos 20 anos, e que nós sempre estivemos juntos, tenho dito que o PSD não será obstáculo"
Em fevereiro deste ano, Domingo declarou à coluna de Wagner Mendes, do Diário do Nordeste, que o partido não tinha "disposição" para fazer oposição.
De olho em 2024
Ex-vice-governador na gestão de Cid Gomes (2011-2014), Domingos Filho ressaltou, ainda, que irá observar como as lideranças do PT e PDT irão se posicionar nas eleições de 2024. No PDT, a cúpula que comanda o diretório de Fortaleza tem defendido a reeleição do prefeito José Sarto (PDT), mas o nome do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT), também tem recebido apoios.
Em paralelo, petistas convidaram Evandro Leitão a se filiar ao partido de olho em 2024. Na legenda do governador, todavia, nomes de quadros tradicionais do PT — como o da deputada federal Luizianne Lins, da deputada estadual Larissa Gaspar e do presidente diretório em Fortaleza, Guilherme Sampaio — também são cotados.
"O partido vai estar muito sereno em observar como vai ficar esse cenário (racha entre PT e PDT). Vários são os candidatos que já estão postos. Você sabe que a direita, por exemplo, está com duas candidaturas postas. A base do Governo tem cenários que indicam ora unidade, ora que possam sair mais de uma candidatura. Então, como o PSD vai ficar nisso? Todo partido político só é partido político se pensar em ter candidatura. Então, o primeiro olhar do PSD é ter candidatura própria", destacou Domingos.
Na ocasião, ele disse que a legenda tem quadros com expressividade de votos em Fortaleza, como os deputados federais: Célio Studart, que obteve 107 mil votos na Capital em 2022; Luiz Gastão, que alcançou 44 mil votos; e Domingos Neto, que conseguiu 17 mil.
Na oposição, o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) já sinalizou a pré-candidatura na Capital; e o PL também tem defendido candidatura própria.
Sobre possíveis alianças de olho no pleito da Capital, ele não descartou, mas disse que ainda é cedo para isso.
"Estamos há mais de um ano das convenções municipais. Não temos nenhum bloco de aliança que já esteja celebrado. Quais são os partidos que já estão juntos? Qual é a candidatura? (...) Então, nós temos tempo, serenidade, tranquilidade e hoje o estímulo maior é assistir isso (desenho do cenário eleitoral). A depender de como essa coisa polarizar (racha entre PT e PDT), evidentemente poder tendenciar para um bloco que seja mais alinhado ao Governo do Estado ou seja mais alinhado à Prefeitura"