Em meio às articulações internas para a disputa da sucessão do governador Camilo Santana (PT), o PDT retomou os encontros regionais entre correligionários neste sábado (23), em Crateús. Sob comando do senador Cid Gomes (PDT), o evento reuniu três dos quatro políticos mais cotados para liderar a chapa da sigla no próximo ano.
Participaram do encontro o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Mauro Filho, e o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão. A vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, que completa a lista de nomes cotados pelo partido, não participou do encontro.
Este foi o terceiro evento promovido pela legenda com o objetivo de aproximar as lideranças e as bases da sigla no Interior. Os encontros começaram na região do Cariri. O primeiro ocorreu no último dia 11 de setembro, em Brejo Santo. Em seguida, no dia 12, ocorreu outro evento em Barbalha.
Ao todo, serão 12 reuniões do PDT em municípios do Estado, sendo o último na Região Metropolitana de Fortaleza. “O que me dá satisfação é dar oportunidades, qual outro partido tem tantos quadros assim? Dizem que tem o político mangueira, que é o que embaixo dele não nasce nada. Aqui, no PDT, somos como um cajueiro que dá bons frutos e deixa os bons nascerem embaixo”, disse o senador Cid Gomes.
Oposição
Os encontros do PDT começam em meio às movimentações da oposição no Ceará. O deputado federal Capitão Wagner (Pros), principal liderança da oposição, tem percorrido o Estado em busca de aliados e eleitores.
Em setembro, ele visitou o município de Sobral, berço político dos irmãos Cid e Ciro Gomes. Já no mês passado, o parlamentar esteve na região do Cariri, região onde a maioria dos prefeitos é da base do governador.
Wagner se reuniu com apoiadores em Juazeiro do Norte, Farias Brito, Tarrafas, Assaré, Aurora, Crato e Abaiara.
Em busca de aliados
Por outro lado, na última sexta-feira (22), um movimento governista chamou a atenção da oposição. Em evento no Palácio da Abolição, Cid Gomes rasgou elogios aos prefeito de Caucaia, Vitor Valim (Pros), correligionário de Wagner.
O colunista Inácio Aguiar reforçou, no último domingo (17), que Valim tem estado cada vez mais perto do Palácio Abolição. A proximidade tem se dado através, justamente, de parcerias administrativas. Nos bastidores, fontes que acompanham o processo de perto dizem que a chance de parceria na próxima eleição é grande.
Aliança ameaçada
Em outra frente, os pedetistas têm visto a aliança com o PT no Ceará sob risco. Após os ataques iniciados pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e rebatidos pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o diretório petista do Ceará enfrenta uma intensa disputa interna sobre a decisão de romper ou não com o PDT para o pleito de 2022.
De um lado, fica a ala que defende a manutenção da aliança com o PDT. Neste grupo está, por exemplo, o deputado federal José Guimarães (PT). Do outro lado, os que defendem uma ruptura com os pedetistas. Neste grupo, estão os deputados federais José Airton Cirilo (PT) e Luizianne Lins (PT).
Em meio ao impasse local, o governador Camilo Santana se mostrou otimista quanto ao acordo partidário. "Nossa aliança aqui é firme e sólida", disse o chefe do Executivo estadual, na última quinta-feira (21).