O senador Cid Gomes (PDT) anunciou, após reunião com aliados na tarde desta segunda-feira (2), que irá convocar reunião do diretório estadual do PDT para eleger uma nova direção para o partido no Ceará. Ainda não há data para a votação, porque é necessário que haja o mínimo de assinaturas para efetivar a convocação.
Contudo, o senador disse que trabalha com "data referência", o próximo dia 16 de outubro. "Tenho absoluta convicção de que o sentimento amplamente majoritário no partido é o que estava representado na direção do partido até ontem (domingo, dia 1º de outubro)", ressaltou.
A decisão do senador ocorreu horas depois do presidente nacional interino do PDT, deputado federal André Figueiredo, anunciar a destituição de Cid Gomes da presidência do PDT Ceará.
Com a mudança, Figueiredo voltou a acumular a função de presidente nacional e de presidente estadual do PDT. Já Cid Gomes volta para a vice-presidência do diretório estadual.
Cid Gomes se reuniu, no próprio escritório no bairro Meireles, com integrantes do diretório estadual, incluindo deputados estaduais e federais, além de prefeitos cearenses.
A convocação do diretório para uma nova eleição para a direção do PDT Ceará chegou a ser cogitada em junho deste ano por aliados de Cid, mas acabou descartada após o senador chegar a acordo com André Figueiredo e assumir de forma temporária a presidência estadual.
Na época, o acordo previa que Cid seguiria no comando até dezembro e, em troca, apoiaria a candidatura a reeleição de André Figueiredo, em janeiro, para a presidência do PDT Ceará.
O Diário do Nordeste procurou o deputado André Figueiredo e aguarda retorno.
'Não procede'
Cid Gomes rebateu ainda falas do deputado André Figueiredo, que alegou que o senador teria quebrado acordos feitos para efetivar a troca de comando em julho.
"Fui surpreendido, sem nenhum aviso, sem comunicação, de que ele retornava a presidência e alegava que 3 compromissos de minha parte, que não teriam sido cumpridos. Isso não é verdade, não procede essa informação. Eu assumi um único compromisso que ele permaneceria, na eleição do diretório, com a nova Executiva com meu apoio", disse.
"Ele não pode alegar nenhum descumprimento. A rigor, quem descumpriu foi ele. Isso nos colocará numa situação anterior ao entendimento".
O senador reforçou ainda que, durante a sua gestão a frente do diretório estadual, conseguiu "estancar a sangria" fazendo referência à desfiliação de prefeitos do partido.
Ele citou que o grupo liderado por Figueiredo e pelo ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), com o apoio do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), está "isolando o maior partido do Ceará". "Fazendo com que o maior partido do Ceará possa definhar rapidamente", disse.
"Há uma ala que não se conforma com o resultado das eleições e pretende fazer vendida, esticar a corda e manter uma oposição, na agressividade e negação de alianças que tivemos", concluiu.