O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a transferência de Anderson Torres para um hospital penitenciário. Também foi não autorizado que ele receba a visita dos senadores Marcos do Val e Flávio Bolsonaro.
Em abril, a defesa de Torres entrou com um habeas corpus pedindo que a prisão fosse convertida em domiciliar em razão da saúde mental debilitada. Representantes alegam que o ex-ministro está depressivo e emagreceu 10 kg.
A decisão desta sexta-feira (5) aponta que "não se faz necessária a transferência para o hospital penitenciário, conforme relatório médico e concordância da defesa".
Moraes autorizou a visita de outros 38 senadores a Anderson Torres, detido no 19º Batalhão de Polícia Militar, desde que se dividam em grupos, segundo reportado pela Folha de S. Paulo.
Não será permitido que os parlamentares levem celular, máquinas fotográficas e gravadores. Eles também não podem trocar mensagens de Anderson com terceiros.
Flávio Bolsonaro e Marcos do Val tiveram acesso negado porque o ministro entende que há conexão entre investigações envolvendo os dois e o inquérito contra Torres. O ex-ministro está preso desde janeiro por supostamente ter sido conivente com os ataques terroristas à Praça dos Três Poderes.
Prisão de Anderson Torres
Anderson Torres era secretário da Segurança Pública do DF em 8 de janeiro, dia que em aconteceram as invasões terroristas em Brasília, com depredações do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.
O gestor passava férias em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade em que estava o ex-presidente Jair Bolsonaro desde antes do fim do mandato.
Torres foi exonerado por Ibaneis, quando após ser cogitado a possibilidade de o ex-ministro ter sido conivente com os ataques golpistas, devido às falhas na segurança dos prédios públicos.
A prisão do ex-secretário foi decretada por Alexandre de Moraes em 10 de janeiro, quando também foi ordenada uma busca e apreensão na residência dele. A operação encontrou em um dos armários do imóvel uma minuta de decreto para constituir estado de defesa e mudar o resultado das eleições de 2022, o que é inconstitucional.