Assinatura da lei do hidrogênio no Pecém consolida Ceará na liderança de corrida bilionária

Estado encabeça, desde os primeiros passos, as articulações para o desenvolvimento dessa indústria, que agora tem tudo para sair do papel

A escolha do Governo Federal pelo Pecém como local para a assinatura da Lei do Hidrogênio Verde chancela o Ceará como protagonista das articulações em torno dessa nova fronteira da energia renovável.

Em 2020, quando quase ninguém ouvira falar no assunto, o então governador Camilo Santana e o presidente da Fiec (Federação das Indústrias do Ceará) fizeram uma aposta e começaram a capitanear a empreitada para prospectar esses investimentos.

Desde então, o Estado já atraiu o interesse de dezenas de investidores que almejam integrar o hub de hidrogênio no Complexo do Pecém. A formatação de um marco regulatório era uma das etapas essenciais para garantir segurança jurídica aos investidores e tirar os projetos do papel.

A legislação poderia ter saído de forma mais célere, mas, em se tratando de Brasil, a lentidão já é precificada. Ao longo dos últimos quatro anos, outras nações voltaram os olhos para esse potencial energético. O maior exemplo vem dos Estados Unidos, onde estão sendo injetados bilhões e bilhões de dólares para a produção de hidrogênio.

A regulamentação do Hidrogênio Verde, indústria que protagonizará a descarbonização e a transição energética no Brasil, é um passo fundamental para a neoindustrialização verde da nossa economia. A definição de uma política nacional de incentivos é crucial para a concretização de empreendimentos no segmento. O Ceará tem grande potencial para protagonizar esse processo de transição energética no país. Temos 39 memorandos e 6 pré-contratos assinados com grandes investidores em energias renováveis. Continuamos trabalhando para consolidar o Ceará como um Hub de Hidrogênio Verde. A medida mudará a economia do estado, gerando mais oportunidade e trabalho para os cearenses."
Elmano de Freitas
Governador do Ceará

Vantagens do Ceará

Contudo, bairrismo às favas, o Ceará é avaliado como um dos melhores (ou o melhor) locais do planeta para essa nova indústria, considerando a capacidade produtiva de energia solar e eólica - essenciais para o H2V - e a vantagem logística do Porto do Pecém, de onde sairá a energia exportada para a Europa.

Aqui, foi produzida a primeira molécula de hidrogênio do Brasil, em caráter piloto, pela portuguesa EDP. E o provável é que a primeira produção comercial também ocorra no Estado.

A Fortescue, uma das maiores empresas da Austrália, possui o projeto mais avançado e planeja iniciar as obras de terraplanagem ainda neste semestre. Recentemente, a companhia divulgou comunicado em que deu mais um sinal verde para o seu empreendimento no Pecém, a chamada "decisão antecipada de investimento".

A planta prevê R$ 25 bilhões em investimentos e, caso se concretize, deverá ser um marco para a economia do Ceará e para a geração de energia no Brasil.

Essa nova cadeia produtiva tem potencial para gerar dezenas de milhares de empregos ao longo da próxima década, elevando o PIB do Estado a um degrau inédito.

Para o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Marcelo Teles, o marco vai reverberar em toda a região Nordeste, mas trará resultados especialmente para a comunidade local.

"É esperança de desenvolvimento, geração de empregos e renda para a população do entorno do Pecém", diz.