O mercado de hidrogênio verde (H2V) deverá gerar cerca de 80 mil empregos no Complexo do Pecém, segundo o presidente Hugo Figueiredo. Mas quais as carreiras que deverão ser geradas a partir dessa nova demanda, considerada peça importante para os planos de transição energética?
Segundo um estudo produzido pela equipe do projeto H2Brasil, as competências que serão exigidas pelo mercado não serão necessariamente novas, demandando apenas uma adaptação dos profissionais já formados e em atividade.
Além disso, as vagas deverão ser criadas em todos os níveis de formação, indo até demandas mais simples até os cargos de pesquisador, projetista e analista de mercado. Esses cargos, segundo o estudo, demandariam profissionais prós-graduados.
Vale ressaltar que o estudo foi produzido por uma cooperação entre instituições brasileiras e alemãs, envolvendo a GIZ (agência de cooperação alemã), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), CNI (Confederação Nacional da Indústria), e Ministério de Minas e Energia do Governo Federal brasileiro.
Veja a lista competência e cargos que serão criados no mercado de hidrogênio verde:
Capacitação no Ceará
No Ceará, as pessoas que tiverem o interesse de se capacitar para trabalhar no setor de hidrogênio verde poderão, segundo Paulo André Holanda, procurar os cursos e iniciativas do Sesi (Serviço Social da Indústria) e do Senai.
Superintendente do Sesi no Ceará e diretor regional do Senai no Ceará, Paulo destacou que a instituição já está trabalhando em estabelecer parcerias com empresas e organizações estrangeiras para promover boas oportunidades de capacitação no Estado.
"A atuação do Sesi e Senai vai além da formação dos recursos humanos, indo pela pesquisa e desenvolvimento, mas temos áreas em consultoria e serviços técnicos e inovável", disse.
"E ainda temos as grandes parcerias, e o Senai atua em 25 segmentos industriais, e temos neles a pauta do hidrogênio verde, mas existem muitos segmentos transversais. O mercado atua nas energias renováveis, a gestão e logística, a área de TI e da área de química e metal mecânico", completou.
Cenário inicial
Paulo também comentou que nos primeiros momentos, quando o mercado ainda estará se consolidando no Ceará, focando em escalar a produção, a demanda por profissionais de nível mais alto será o foco.
Mas as áreas técnicas não demandarão apenas perfis voltados para a produção. Profissionais relacionados às áreas de regulação e legislação também serão procurados pelas empresas no Estado, segundo o superintendente do Sesi
No primeiro momento, serão demandados profissionais de nível superior, por conta do setor de pesquisa e desenvolvimento, e vamos pedir para que esses profissionais possam estar conosco para promover essas pesquisas aqui no nos nossos institutos"
"Serão criados cargos de engenheiro mecânico, químico, de produção e ambiental, mas precisamos também de profissionais de gestão e planejamento, além dos que focam em legislação e regulação para aplicação de processos", completou.
Cursos de manutenção
Focado na impulsão do setor de hidrogênio verde, o Sesi deverá lançar um curso no próximo dia 3 de abril com foco no treinamento de manutenção técnico em energia eólica. O curso é uma parceria com a Maersk Training.
Em maio, a oportunidade será em parceria com a cearense Aeris, para aulas de manutenção de pás eólicas. O setor de energias renováveis será fundamental para a escalada da produção de hidrogênio verde.
"Dia 3 de abril já estamos lançando os cursos com a Maersk, e esses dois cursos terão padrão GWO (Global Wind Organisation) para o setor de energia eólica. É um padrão exigido para manutenção de equipamentos de alto padrão de qualidade", disse.
"Em maio teremos um curso de reparador de pá eólica com a Aeris. E na energia solar, já temos todos os cursos focados nesse setor", completou Paulo