Mudança na bancada cearense é parte da articulação pela Prefeitura de Caucaia

A posse do suplente Deuzinho Filho (Republicanos) na vaga do deputado federal Vaidon Oliveira (PROS), ocorre hoje, às 11h, na Presidência da Câmara dos Deputados, mas tem o seu foco é na sucessão municipal em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. A articulação para que o ex-vereador daquela cidade tome posse como congressista pelo Ceará foi feita pelo deputado estadual Vitor Valim e o federal Capitão Wagner, ambos do PROS. Deuzinho é o terceiro suplente da coligação. Na articulação, o primeiro suplente, Dr. Agripino, e o segundo, Julierme Sena, tiveram que declinar da possibilidade de assumir o mandato. Graças a uma emenda constitucional aprovada ontem (1º) pela Câmara, o pleito foi adiado de outubro para novembro.

Legenda: Deuzinho Filho (Republicanos) assume vaga do deputado do PROS, Vaidon Oliveira (à esq.)
Foto: Instagram

Articulação partidária

A articulação do PROS tem o objetivo de contemplar um aliado que o partido considera importante na disputa pela Prefeitura de Caucaia. Lá, Vitor Valim aparece bem posicionado nas pesquisas e deve compor chapa com o próprio Deuzinho Filho, que deverá ser o vice. Deuzinho hoje está filiado ao Republicanos, mas concorreu, em 2018, pelo PROS. Ele já está em Brasília e já foi comunicado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que o ato de posse está confirmado. Na eleição em Caucaia, Valim e Deuzinho devem enfrentar o prefeito da cidade, Naumi Amorim (PSD), ou seja, será um embate entre a base governista estadual e o grupo liderado pelo deputado federal capitão Wagner. Caucaia, segundo maior eleitorado do Estado, está nas contas do PROS como município em que as chances de vitória são reais.

Anomalia do sistema

O deputado titular, Vaidon Oliveira, pode passar despercebido do grande público cearense. O terceiro suplente, que toma posse, ainda mais. Deuzinho foi vereador de Caucaia e ex-presidente da União dos Vereadores do Ceará (UVC). Os dois, em termos de votação, constituem-se na encarnação de uma espécie de anomalia do sistema de votação proporcional brasileiro. Vaidon obteve pouco mais de 30 mil votos e acabou sendo beneficiado pela alta votação de Capitão Wagner, que conseguiu mais de 300 mil. Deuzinho tem votação ainda mais inexpressiva para um deputado federal: 14 mil. Para se ter uma ideia, o ex-deputado Ronaldo Martins obteve 101 mil votos e ficou na suplência.

Troca-troca

A dança das cadeiras na bancada cearense vai se intensificar. E um dos motivos é a sucessão municipal. Recentemente, Roberto Pessoa (PSDB) deu vaga ao suplente Danilo Forte. Pessoa vai preparar sua candidatura a prefeito de Maracanaú. Em agosto, outra mudança de olho nas eleições deve ser a saída de Capitão Wagner, pré-candidato na Capital. Assume em seu lugar, Dr. Agripino. Na base governista, mas em outras circunstâncias, Mauro Filho deve se licenciar e o suplente Aníbal Gomes deverá assumir o cargo, como antecipamos nesta coluna.

Cenários opostos

Se na Capital, um acordo entre PT e PDT é possibilidade distante no radar político, em Quixadá, a situação é oposta. Está praticamente certa a parceria entre o prefeito Ilário Marques, que vai para a reeleição, e deve ter como vice, Pedro Baquit, sobrinho do deputado Osmar Baquit (PDT). Lá, a disputa será contra outros candidatos do PSD e do MDB.