Entrada de Bolsonaro faz da eleição na Capital uma prévia da disputa à Presidência em 2022

Presidente declara apoio a Capitão Wagner e agita os bastidores da sucessão. Lideranças nacionais estão engajadas na disputa

Legenda: O presidente Bolsonaro disse nesta noite que deverá entrar nas campanhas na reta final

O presidente Jair Bolsonaro, em sua ‘live’ semanal nas redes sociais, na noite de hoje (8), declarou que vai entrar na reta final das campanhas eleitorais – “duas quintas antes” –, citando São Paulo, Santos, Manaus e Fortaleza. A declaração do presidente o transporta para a eleição em Fortaleza, sem a dúvida anterior que pairava em relação ao seu engajamento.

Bolsonaro citou apoio ao “Capitão”, que, segundo ele, “já está na frente”, em uma referência ao candidato Capitão Wagner (Pros).

O presidente sinaliza que vai entrar no jogo e movimenta também, evidentemente, as demais candidaturas mais fortes por aqui. Não se sabe ao certo qual a intensidade do engajamento, mas o fato de ter citado a capital cearense já sinaliza possibilidade de prioridade.

Fortaleza é uma cidade estratégica na sucessão de 2022. Agora, está claro que Lula, Ciro e o próprio presidente estarão engajados de olho em 2022.

Mudança gradual

É importante lembrar também a posição do candidato Capitão Wagner a respeito do presidente. Wagner apoiou Bolsonaro na campanha de 2018, mas após a eleição, não se agregou à base do Governo Federal no Congresso. Até recentemente, como abordamos aqui, o candidato procurava atrair o voto da parcela mais conservadora do eleitorado, mas sem se comprometer em uma aproximação efetiva da imagem do presidente. No primeiro semestre, Bolsonaro tinha problemas em relação aos índices de aprovação por aqui.

Novos ares

Mas o tempo passou e as nuvens da política se moveram. Nós registramos aqui também, em agosto, a melhora da popularidade do presidente no Nordeste e os impactos disso na corrida eleitoral. De lá para cá, Wagner adotou uma nova postura. Se desvinculando, aos poucos, da imagem de independência, para uma sinalização de aproximação a Bolsonaro. Tanto que, na última semana, já havia a expectativa de que Bolsonaro fizesse o anúncio que fez ontem. E a campanha fez a expectativa circular na imprensa.

Horizonte de 2022

Antes do período eleitoral, analistas políticos e adversários apostavam que o candidato que vinculasse sua imagem a de Bolsonaro teria dificuldades em relação ao eleitorado, principalmente no Nordeste. A avaliação, evidentemente, levava em conta os índices baixos de popularidade.

Na Capital, logo no ato de lançamento dos cinco pré-candidatos do PDT à Prefeitura, o recado foi de colar Wagner, o principal adversário, à imagem de Bolsonaro. É difícil prever o peso que cada liderança nacional terá na definição do eleitor. Mas que gera novos fatos políticos, isso gera, sem dúvida. Aqui, Bolsonaro, Ciro e Lula tem interesses e candidatos diferentes. A conferir.

Estratégia governista

A ausência temporária do candidato Sarto Nogueira (PDT) da campanha não parece ter alterado a participação do prefeito Roberto Cláudio. Desde o início, ele tem sido o maior cabo eleitoral de Sarto, participando ativamente de boa parte dos eventos de campanha.

É Roberto que empresta a imagem a boa parte do material de campanha do pedetista e é a base de apoio da gestão na Câmara que tem feito eventos em várias partes da cidade. O que não deixa de ser um peso, porém, foi a contaminação do governador Camilo Santana (PT), que vinha cumprindo agenda quase diária de inaugurações de obras ao lado do prefeito na Capital.



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