Subida de Bolsonaro nas pesquisas mexe na sucessão

Na edição do último dia 16, esta coluna fez uma análise do cenário eleitoral na Capital cearense, afetado após a divulgação dos dados de uma pesquisa do Instituto Datafolha, segundo a qual o presidente Jair Bolsonaro apresentara melhora nos percentuais de aprovação.

De lá para cá, não só em Fortaleza, mas em várias capitais do País, os dados tiveram impacto nas tratativas entre os partidos e até na compreensão dos pré-concorrentes sobre possíveis aliados e adversários. Foi espaço também para repensar estratégias e isso está cada vez mais claro.

A própria indefinição da maior parte dos grandes partidos na Capital, conforme abordamos em reportagem assinada pela repórter Luana Barros, na edição de domingo (23) deste Jornal, traz elementos que apontam para uma reanálise em relação ao papel simbólico do presidente na campanha.

Compreensão

O maior impacto, sem dúvida, é o que envolve as pré-candidaturas alinhadas ao lado mais conservador. O pré-candidato do Pros, Capitão Wagner, vinha em uma linha de tentar atrair os eleitores do presidente, mas sem uma proximidade maior com Bolsonaro.

Parece, entretanto, que começa a defender uma ideia um pouco diferente. Na análise dele, associá-lo ao presidente pode gerar credibilidade na população. A declaração tem uma linha de mais conciliação e sinaliza que ele pode admitir ser o candidato a representar as forças mais ligadas ao governo federal na Capital.

Mudança nas articulações

Em outras Capitais importantes, como Rio de Janeiro e São Paulo, aliados e até opositores de Bolsonaro estão indicando mudanças nas estratégias em relação ao presidente da República na reta final antes das convenções partidárias, como abordado na mídia nacional durante o fim de semana.

Um dos epicentros dessas articulações é o PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito, mas do qual se desfiliou. Após ensaiar um retorno, o chefe do Executivo sacudiu as articulações e o partido, já cobiçado anteriormente por tempo de TV e fundo partidário, passou a ser tido como fiel da balança.

Possível aliança

Em Fortaleza, o PSL esteve empolgado em uma candidatura própria com o deputado federal Heitor Freire. Na última semana, entretanto, contatos com o pré-candidato Capitão Wagner se intensificaram. O impasse permanece, mas a tese de aliança voltou a ganhar corpo. Wagner guarda como trunfo para a formação da aliança a vaga de vice na sua chapa. Isso pode ter um peso político considerável.