Opinião
Em visita ao Ceará, Maia articula aproximação com centro-esquerda de olho na sucessão na Câmara
As conversas também passam pelo horizonte da disputa presidencial de 2022 para a qual as negociações estão em andamento
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), sem estardalhaço, esteve em Fortaleza, ontem, em encontro com o governador Camilo Santana (PT), lideranças da bancada cearense no Congresso Nacional, o presidente estadual do DEM, Chiquinho Feitosa, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Maia trabalha nos bastidores para a sua própria sucessão e tenta angariar apoios no campo da esquerda e centro-esquerda.
Outro assunto do interesse dele – e dos demais integrantes da conversa – é a sucessão presidencial de 2022. DEM e PDT fizeram alianças em municípios estratégicos – inclusive no Nordeste – em Salvador, Fortaleza e São Luís. As alianças geradas Brasil afora neste segundo turno animam as forças contrárias ao presidente Bolsonaro, sobre a possibilidade de uma aliança mais ampla desde a esquerda ao centro-direita.
Disputa na Câmara
Na Câmara, Maia trabalha com duas possibilidades: a de buscar um quarto mandato no comando da Casa ou a de indicar um aliado para a disputa. A possibilidade de ele continuar no comando depende de um sinal do Supremo Tribunal Federal, que deve analisar uma ação sobre o assunto antes da votação entre os parlamentares, que deve ocorrer em fevereiro do ano que vem. Em suas articulações para o cargo, Maia sempre busca os partidos de esquerda que têm entre 130 e 150 deputados e podem ser decisivos.
Na Assembleia
Na primeira sessão após as eleições, o assunto dos corredores foi o resultado dos parlamentares.
Do total de 13 parlamentares candidatos, apenas três foram eleitos. Dois ainda estão no páreo, no segundo turno de Caucaia e Fortaleza, Vitor Valim (Pros) e Sarto Nogueira (PDT).
Outro tema que circula nos bastidores é a sucessão na Mesa Diretora da Assembleia. Todos ainda falam com cautela.
Camilista
O ex-deputado Giovanni Sampaio (PSD), reeleito para o cargo de vice-prefeito de Juazeiro do Norte, também esteve na Assembleia. Ele rompeu com Arnon e passou a apoiar Glêdson Bezerra, que venceu a disputa. Giovanni disse a quem perguntou: “estão dizendo aí que o Camilo perdeu em Juazeiro. Eu digo que não! Sou camilista”. Lá, Camilo apoiou formalmente Arnon Bezerra, o atual prefeito. O eleitor de Juazeiro, aliás, virou um terror para prefeitos candidatos à reeleição. Derrotou todos.
Sementes
O deputado Elmano de Freitas, que ficou de fora do segundo turno na disputa em Caucaia, também esteve de volta ao parlamento nesta primeira sessão. Elmano teve um desempenho aquém do esperado, com 7,6% dos votos, em 4º lugar. Ele, entretanto, analisa os objetivos: “plantamos uma semente”, diz o petista.
