Com pouco tempo até a posse, Covid-19 vai impor tarefas ao vitorioso na eleição de Fortaleza

O candidato eleito à Prefeitura de Fortaleza no próximo domingo, dia 29, acordará na segunda-feira (30) a um mês e um dia de sua posse, um prazo curtíssimo para a transição e para preparar uma equipe de governo, tendo em vista a urgência de temas caros à população da Capital como a continuidade da pandemia do coronavírus - o principal problema para o início da próxima gestão - além de outras questões como o início da quadra chuvosa e uma possível reforma administrativa relativamente comum em transições de governo. Justamente por conta da pandemia, as eleições que deveriam ter sido realizadas em 4 e 25 de outubro foram adiadas para 15 e 29 de novembro, para que o pleito fosse realizado em um momento mais calmo da curva de casos no País. A exiguidade de tempo força os dois candidatos, Capitão Wagner (Pros) e Sarto Nogueira (PDT), a deixarem claras aos eleitores na reta final as suas estratégias para o combate à Covid-19 que está em um momento de leve - por enquanto - recrudescimento dos casos.

Foco na vacina

A Saúde muito provavelmente será a área mais afetada e para a qual a nova gestão precisará de soluções imediatas, como a providência a ser adotada para a aquisição de lotes de vacina, o que vai demandar estratégia e habilidade de diálogo até mesmo internacionalmente. Uma possível segunda onda, por certo, irá agregar ainda mais dificuldade ao gestor nessa estratégia de Saúde. Será necessária um equipe preparada e uma estratégia bem traçada.

Tarefa econômica

Em uma cidade marcada por desigualdades, outra demanda urgente no tema será a econômica. Há um duplo desafio. Entender e tentar contemplar as demandas do setor produtivo, para manter empresas vivas e tentar salvar empregos após um ano de 2020 que deixa um rastro de destruição. Um auxílio aos mais afetados não pode ser descartado, em caso de piora da situação. O outro desafio é igualmente significativo o de manter o caixa da Prefeitura em condição de tocar as demandas pelo serviços que só crescem. Por isso, há que se distinguir o que é proposta populista daquelas que são exequíveis. O desafio é equacionar as demandas de modo a preservar vidas e empregos tanto quanto possível.

A volta às aulas

A terceira tarefa é na educação. O ano de 2020 trouxe grandes prejuízos para a educação pública na Cidade. Aliás, a desigualdade acabou afetando ainda mais os alunos, a despeito de medidas importantes que já foram adotadas como o ensino a distância. O próximo prefeito terá que apresentar soluções concretas para a volta às aulas presenciais numa rede de 230 mil estudantes. Se é que isso será possível. A gestão terá que discutir e elaborar um plano viável para apresentar às famílias, de maneira a retomar a relativa normalidade protegendo a comunidade escolar das contaminações.

Reta final

Chegamos hoje (22) à semana decisiva antes para a população ir às urnas. A maratona de debates e entrevistas dos candidatos em vário veículos, inclusive nos do Sistema Verdes Mares, será oportunidade para apresentarem as suas estratégias a fim de que os eleitores possam julgar na reta final da campanha. Menos mal que, entre os dois candidatos, não haja negacionismo em relação à gravidade da Covid-19.