Na última quinta-feira (16), após as primeiras manifestações de Evandro Leitão e de outros nove deputados que geraram um rebuliço interno no PDT, fazendo o presidente nacional Carlos Lupi reagir, a conversa pouco amistosa entre os parlamentares continuou e gerou novas repercussões. Está claro que as divergências entre os correligionários não ocorrem só na disputa pelo Abolição.
As palavras ásperas que se seguiram apenas confirmam o racha interno que, independentemente das pressões externas ao processo de escolha do candidato ao governo, escancarou diferenças entre correligionários.
Uma fratura exposta, como nunca antes no grupo comandado pelos irmãos Ferreira Gomes e que podem ainda gerar repercussões.
Esta coluna apurou que um dos parlamentares da bancada, em contraponto aos colegas que criticaram Carlos Lupi, resolveu questionar se eles estariam mesmo ao lado de Ciro Gomes. Disse que no evento do PDT, boa parte da bancada do partido – que é a maior da Assembleia – nem esteve presente para ouvir o discurso do pré-candidato a presidente.
Além disso, o parlamentar disse que os colegas também não compareceram à palestra que Ciro proferiu na Câmara Municipal de Fortaleza dias antes. Por fim, espezinhou os correligionários dizendo que não via o mesmo entusiasmo deles em defender membros do PDT quando atacados por pessoas externas ao partido.
Mais divergências
O clima, então, azedou de vez. Uma enxurrada de críticas dos colegas se sucedeu. Houve de tudo. Um deles disse que estava faltando “respeito” internamente. Outro lembrou as constantes críticas do vereador Adail Júnior a colegas do partido.
Um terceiro cogitou a ideia de levar o tema para o debate público, no plenário da Assembleia.
Outro disse que iria chamar o presidente estadual André Figueiredo para uma reunião com a bancada, na qual seria cobrada uma satisfação sobre os “critérios para a escolha do candidato”, dentre outras coisas.
Esta última tem um peso a mais. Quem integra o grupo governista conhece perfeitamente a metodologia dos líderes do partido para escolherem o candidato. Estaria, então, a base se insurgindo contra os irmãos Gomes? Difícil saber se isso seguirá a diante.
O que é notório, porém, é que as divergências internas vão além da escolha do nome a representar o partido na disputa pelo Palácio Abolição. E a outra constatação é que o crescimento de outras lideranças no grupo governista, exemplos de Camilo Santana e Roberto Cláudio, dá outro tom aos debates quando há divergências.
Resta saber se pelo menos parte da unidade será preservada. A conferir.