Desde dezembro do ano passado, o governador Camilo Santana (PT) vem dando pistas de que vai renunciar ao cargo no início de abril para concorrer ao Senado. A principal sinalização dada até agora, entretanto, foi nesta terça-feira (8), quando ele afirmou que a sua vice, Izolda Cela, será a primeira mulher a assumir o cargo máximo do Estado do Ceará de forma efetiva.
Izolda é pré-candidata do PDT ao governo do Estado, portanto, pode ser a cabeça de chapa e, eventualmente, ser eleita em outubro. Mas, a afirmação, com a convicção demonstrada por Camilo, indica mesmo que ela vai chegar ao cargo antes da eleição. E isso só pode acontecer com a renúncia dele.
A declaração de Camilo não foi à toa. Eles estavam em evento de comemoração ao Dia das Mulheres, na Assembleia Legislativa do Estado, quando a Casa inaugurou um Complexo da Procuradoria Especial da Mulher, na presença de servidoras, deputadas e deputados estaduais e o presidente da Casa, Evandro Leitão.
Izolda, caso assuma em definitivo o cargo, será a primeira mulher governadora do Estado do Ceará.
O prazo final para a desincompatibilização é 2 de abril, portanto, Camilo teria mais 24 dias a frente da gestão e vai mostrando o caminho a seguir. Oficialmente, entretanto, o chefe do Executivo ainda desconversa. Ele diz que está dialogando com aliados e com “as pessoas” antes de tomar a decisão.
Embate no grupo governista
Ainda sobre a sucessão estadual, o governador tem sido questionado seguidas vezes pelos repórteres que acompanham o cotidiano da política cearense sobre as definições do grupo comandado por PT e PDT no Estado. Camilo tem sido disciplinado em repetir que a discussão de nomes vai ocorrer em um momento posterior.
Na última semana, a declaração do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), de apoio ao nome do ex-prefeito Roberto Cláudio como candidato do partido ao governo do Estado, agitou o cenário político estadual. A declaração pegou muitos aliados de surpresa, inclusive o próprio governador.
Ainda na semana passada, em declaração a este colunista, Camilo disse que a declaração era uma “opinião pessoal do prefeito” e que o grupo buscaria um nome de consenso. Nesta terça-feira, o governador evitou comentar os movimentos da semana passada, mas sinalizou em relação a definição do candidato.
“O que eu posso dizer é que os quatro nomes que estão postos no PDT são grandes líderes, todos têm qualificação para o cargo. Agora, a discussão sobre isso não é agora. A gente tem ainda até julho para tratar disso. Repito, vamos buscar um nome de consenso, ouvindo todo mundo e respeitando todos os aliados”.
Além de Izola e Roberto Cláudio, o PDT tem os nomes do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, e o deputado federal Mauro Filho como pré-candidatos. Mais recentemente, o deputado estadual Zezinho Albuquerque também manifestou desejo de concorrer ao Executivo.