O Aeroporto de Petrolina (PE), Senador Nilo Coelho, possui a maior extensão de pista e maior resistência de pavimento de pistas de aeroportos do Nordeste. São até 3250 metros disponíveis para decolagem de grandes jatos e número de pavimento 78, que é mais resistente que os aeroportos de Fortaleza, Recife, Salvador e até do que o gigante aeroporto de São Gonçalo do Amarante na Grande Natal.
O aeroporto passou a dianteira depois que, para adequações aos padrões internacionais, o interacional de Recife teve reduzidas as dimensões de sua pista de pouso e decolagem há alguns anos.
O aeroporto está numa elevação de 1260 pés acima do nível do mar, aproximadamente, 384 metros. Ao redor do aeroporto duas cidades grandes do interior do Nordeste: Petrolina com mais de 380 mil habitantes e Juazeiro-BA com mais de 230 mil habitantes.
São mais de 600 mil habitantes separados apenas pelo curso do Rio São Francisco com uma população de PIB per capita sensivelmente maior que, por exemplo, Juazeiro do Norte-CE, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O aeroporto de Petrolina foi internacionalizado em 2000 e em 2004 teve a pista ampliada de 2670 metros para 3250 metros, permitindo a operação de gigantes jatos cargueiros. A ampliação da pista teve tudo a ver com a possibilidade de exportação de frutas para a Europa e África.
Ao redor da região, uma riqueza do agronegócio: cinco culturas (cana-de-açúcar, uva, banana, manga e goiaba) são responsáveis por aproximadamente 80% do total da produção agrícola de Pernambuco.
Em 2004, discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva explica a importância da implementação de melhor infraestrutura no aeroporto:
“(...) faz um mês e meio, o Primeiro-Ministro do Japão veio fazer uma visita ao Brasil. E eu fiquei sabendo que há 27 anos o Brasil tentava exportar manga para o Japão e ele se recusava a comprar a manga brasileira, (...) e, portanto, não comprava.”
“É por isso que estamos aqui, em Petrolina, inaugurando a extensão de uma pista que vai permitir que aviões, dos maiores que existem no mundo, possam sair daqui (...)carregado de frutos.”, segundo extraído de discursos da Presidência da República.
A região ao redor do aeroporto é conhecida como capital da uva, pois é uma das maiores produtoras da fruta do país. Em 2022, Petrolina colheu 236 mil toneladas de uva, o que corresponde a 16% da safra nacional: a região se beneficia pela proximidade do Rio São Francisco e possui água para culturas irrigadas em abundância.
Perspectivas de cargas
O terminal de cargas (Teca) tem uma área de 1.540 m² para estocagem frigorificada.
O local consegue receber, desde 2017, a maior versão do Boeing 747, a 800 cargueira, aeronave categoria 4F, maior delas. A versão cargueira precisa de 3.070m de comprimento básico de pista, segundo a Anac. A capacidade de carga é superior a 130 mil kg.
Há alguns anos, porém, que o aeroporto está sem operar os super jatos como o Boeing 747, porém, para a Coluna, a concessionária CCR informou: “Durante a pandemia, e quando o aeroporto ainda era administrado pela Infraero, a empresa que operava voos cargueiros encerrou as operações no Aeroporto de Petrolina. A Diretoria Comercial da CCR Aeroportos, que hoje administra o terminal, tem mantido diálogo com players do mercado com o objetivo de retomar estas operações”.
Perspectivas de voos domésticos
Entre 2000 e 2023, o aeroporto de Petrolina cresceu aproximadamente 5 vezes em movimentação de passageiros, porém chegou a oscilar na movimentação no final da década de 2010.
Petrolina e Juazeiro do Norte têm disputado seguidamente a 3ª posição em movimentação de passageiros no interior do Nordeste.
Petrolina esteve novamente em 3º lugar no mês de outubro, com Juazeiro do Norte logo atrás. É uma alternância bem interessante e cíclica ao longo do ano.
História
O primeiro aeroporto de Petrolina foi construído pela prefeitura com o intuito de apoiar o Correio Aéreo Militar (CAM) que, em fevereiro de 1933, fez sua primeira aterrissagem no município. Já falamos a respeito do surgimento do CAM quando abordamos sobre o aeroporto de Iguatu.
Segundo o site da CCR, em março de 1941, iniciou-se a operação do trecho Rio de Janeiro – Bom Jesus da Lapa – Petrolina – Recife, realizada com uma aeronave Beechcraft 18, pela empresa Navegação Aérea Brasileira – NAB.
Em virtude do potencial socioeconômico da região, motivou-se a construção de um novo aeroporto de grande porte, que teve seu projeto elaborado em 1974 pelo II Comar (Comando Aéreo Regional) e a Comara (Comissão de Aeroportos da Região Amazônica), informações extraídas da então administradora estatal Infraero.
O novo aeroporto tornou-se operacional no início dos anos 1980 com a Infraero. O Terminal de Logística de Carga (Teca) de Petrolina foi inaugurado em 1995.
Em 2000, recebeu a habilitação para pousos e decolagens de aeronaves destinadas ao transporte de cargas internacionais, onde foi alfandegado por seis meses, passando a título permanente em 2002.
Após a 6ª rodada de Concessões Aeroportuárias em 2021, a CCR foi a vencedora dos blocos Sul e Central, arrematando o Aeroporto Internacional de Petrolina.
No início de setembro de 2024, a CCR entregou a obra prevista no contrato de concessão assinado com o Governo Federal, que contou com um investimento de R$ 56 milhões.
As intervenções contemplaram a reforma e ampliação do Terminal de Passageiros; execução de instalações elétricas no terminal de passageiros; ampliação da profundidade do pátio de aeronaves; adequação da sinalização de pátio para 6 posições C; e implantação de PAPI (Sistema de Ajuda Visual à Navegação Aérea) na cabeceira 31; drenagem, iluminação e sinalização da Pista de Pouso e Decolagens.
Outro ponto de mudança é a ampliação do número de posições de aeronave, que passa de cinco para sete. “Isso vai permitir mais operações de pouso e decolagem simultâneas no aeroporto, ampliando sua eficiência operacional”, explica Rogério Guimarães, Gerente de Engenharia da CCR Aeroportos, responsável por esta obra.
Destinos e Facilidades
A movimentação média diária para 2025 será de cinco pousos e cinco decolagens comerciais regulares, de três companhias aéreas (Latam, Azul e Gol). Os destinos dos voos que partem de Petrolina são: Campinas (SP), Guarulhos (SP) e Recife (PE). O sítio aeroportuário compreende em uma área de 4,12 milhões de m².
O aeroporto está localizado a 12 quilômetros do centro da cidade e a 10 quilômetros da rodoviária.
O aeroporto conta com 3 pátios de aeronaves:
- Pátio 1: 4.542 m² (aviação comercial), 2 Posições para aeronaves Categoria C
- Pátio 2: 4.290 m² (aviação geral) , 6 posições para aeronaves Categoria A
- Pátio 3: 9.191 m² (aviação cargueira), 3 Posições para aeronaves C ou 1 posição para categoria E
O terminal de passageiros do Aeroporto Senador Nilo Coelho (PNZ), tem 3.400 m² e capacidade para cerca de 1,5 milhão de passageiros por ano.