Para Fiec, prioridades do Ceará são H2V, S. Francisco e Incentivos Fiscais

Foram as sugestões da Federação das Indústrias para o Plano Plurianual Participativo (PPA) do Governo Federal, apresentadas pelo seu vice-presidente Carlos Prado

Para a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), são três as prioridades do estado para o Plano Plurianual Participativo (PPA) do Governo Federal. 

Nas palavras do empresário Carlos Prado, primeiro vice-presidente da Fiec, que falou em nome da entidade na audiência pública promovida na última sexta-feira, 26, pelo governo estadual destinada à coleta de opiniões e sugestões da sociedade cearense, essas prioridades são as seguintes: 

A implantação do Hub do Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém; a conclusão do interminável Projeto São Francisco de Integração de Bacias ou Transposição; e a manutenção e consolidação da política de incentivos fiscais que beneficia a região Nordeste como um todo. 

Na opinião de Prado, que é consensual entre o público interno da Fiec, o Hidrogênio Verde poderá ser a alavanca do processo de desenvolvimento econômico e social do Ceará, tirando proveito do que a natureza privilegiou este estado: o vento e o sol em abundância e, ainda, o litoral de 600 quilômetros ao longo do qual serão instalados, até 2030, vários projetos de geração de energia eólica offshore (dentro do mar).

Carlos Prado relembrou o dia 21 de fevereiro de 2021, quando o então governador Camilo Santana criou o projeto do Hub do H2V, convocando para esse empreendimento dois parceiros: a Fiec e a Universidade Federal do Ceará (UFC). 

O faro empresarial da Fiec e a inteligência do universo acadêmico logo constataram que é possível produzir aqui o Hidrogênio Verde mais barato do mundo. Esta é, pois, uma prioridade já em franco desenvolvimento, do que é prova a celebração pelo governo estadual de 24 Memorandos de Entendimento com igual número de grandes empresas nacionais e estrangeiras, quatro das quais com pré-contratos assinados com a Companhia do Complexo do Pecém.

Quanto ao Projeto São Francisco, o primeiro vice-presidente da Fiec destacou que o mais difícil já foi feito – o canal principal, as estações de bombeamento e de elevação que vencem os desníveis da topografia, faltando agora obras complementares, como os ramais do Apodi, que beneficiará o vizinho Rio Grande do Norte, já em construção, e do Salgado, que beneficiará o Ceará, cuja licitação, já realizada, está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). 

O ramal do Salgado reduzirá em 150 quilômetros a viagem das águas do rio São Francisco desde Cabrobó, em Pernambuco, onde ela começa, até o açude Castanhão.

Abordando a terceira prioridade do Ceará para o PPA, Carlos Prado referiu-se à política de incentivos fiscais por meio da qual o Governo Federal estimula investimentos privados em diferentes atividades econômicas na região Nordeste. 

Prado não tem dúvida de que foram e seguem sendo esses incentivos a mola mestre que impulsionou e impulsiona o crescimento da região nordestina. Por isto, eles devem ser prorrogados (a Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada o projeto-de-lei, relatado pelo cearense Eduardo Bismarck, que estende os incentivos por mais cinco anos, o que deverá ser ratificado nos próximos dias pelo Senado Federal).

Esta coluna concorda com as prioridades da Fiec para o PPA – são apenas três, mas é melhor priorizar o que é viável do que expor uma lista com propostas inexecutáveis. 

As três prioridades da indústria – se vierem a ser mesmo incluídas no Plano Plurianual – contemplarão também a agropecuária. Por exemplo: o Projeto São Francisco garantirá água às atividades econômicas do Médio e Baixo Jaguaribe, e os incentivos fiscais poderão tonificar os atuais e futuros projetos do setor primário, incluídos os da fruticultura, da carcinicultura, da horticultura, da avicultura, da apicultura e da pecuária. 

O que emerge do posicionamento da Fiec é a constatação clara da unidade de pensamento e de ação da indústria e do agro do Ceará, cujas lideranças afinaram não só o discurso político, mas seus objetivos práticos. 

Juntas, a Federação das Indústrias e a Federação da Agricultura e Pecuária (Faec) buscam o desenvolvimento da economia cearense, cada uma executando a parte que lhe cabe no latifúndio de problemas dos seus respectivos setores. 

Faec e Fiec estarão juntas de novo na próxima Pecnordeste, a maior feira da agropecuária nordestina, que se realizará nos próximos dias 15, 16 e 17 de junho.