Eduardo Barroca não é mais o treinador do Ceará. Foram 13 jogos e a certeza de que nunca foi entregue o prometido. Uma ruptura tem danos, mas uma permanência era insustentável.
O prelúdio da contratação era performance, mas não chegou. Ao todo, foram seis vitórias, três empates e quatro derrotas. No período, as boas atuações foram exceção: triunfos contra Londrina, Criciúma e Atlético-GO, todos fora de casa.
A péssima exibição no empate com o frágil Avaí, com direito a pênalti perdido e um jogador a mais por mais de 20 minutos na Arena Castelão foram o limite, com uma forte pressão do torcedor no estádio.
A crítica reside em um trabalho que tinha problemas. Barroca insistiu em conceitos, mas não teve a leitura do elenco para ter o encaixe necessário. Também chamou a responsabilidade para si com a promessa de melhora após a pausa da Data Fifa (15 dias) e não apresentou uma evolução com o retorno.
A falta de desempenho em casa - é o 3º pior mandante - e os problemas defensivos, com a 5ª defesa mais vazada da 2ª divisão, são os últimos pontos.
Na caminhada atual, o Ceará até teve resultados, mas seguiu fora do G-4 e cada vez mais distante. Algo precisava mudar, e a diretoria resolveu tirar Barroca. Para ser justo, uma culpa que precisa cair também no departamento de futebol (que montou o elenco e decidiu demitir o técnico Gustavo Morínigo antes), e dos atletas, com uma grande queda de rendimento.
São os capítulos de um clube de massa que ainda trabalha para encontrar o caminho. Um passo é ter um projeto esportivo, o que ainda falta em Porangabuçu.
Assim, o Ceará caminha para o 3º técnico em 2023. Em 2022, foram cinco. Desde 2021, nove. Isso não pode ser normalizado.
A missão do substituto: resgatar a confiança do elenco, superar as limitações e garantir o acesso à Série A. Restam 24 rodadas, o clube desperdiçou tempo, mas ainda tem tudo palpável para voltar à elite.