Faltava trabalho para 27,75 milhões no Brasil no trimestre até janeiro, diz IBGE

O número inclui pessoas desempregadas, que não estão buscando emprego mas teriam disponibilidade e que estão trabalhando menos horas do que poderiam

Escrito por Daniela Amorim/Estadão Conteúdo ,
Legenda: A população desocupada diminuiu em 858 mil pessoas em um trimestre, totalizando 12,048 milhões de desempregados no trimestre até janeiro.
Foto: Natinho Rodrigues

No trimestre terminado em janeiro, faltou trabalho para 27,758 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), monitorada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta sexta-feira (18).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 25,7% no trimestre até outubro de 2021 para 23,9% no trimestre até janeiro.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

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No trimestre até janeiro de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 29%.

A população subutilizada caiu 7,2% ante o trimestre até outubro, 2,149 milhões de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até janeiro de 2021, houve um recuo de 15,5%, menos 5,098 milhões de pessoas.

Taxa de desocupação

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos, que estimavam uma taxa de desemprego entre 10,7% e 11,8%, com mediana de 11,3%.

Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,5%. No trimestre encerrado em dezembro de 2021, a taxa de desocupação estava em 11,1%.

A população desocupada diminuiu em 858 mil pessoas em um trimestre, totalizando 12,048 milhões de desempregados no trimestre até janeiro. Em um ano, 2,696 milhões deixaram o desemprego.

A população inativa somou 64,938 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro, 217 mil a menos que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente encolheu em 3,917 milhões de pessoas.

Ocupação e renda

O País registrou um aumento de 1,47 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada alcançou 95,4 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro de 2022. Em um ano, mais 8,214 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

O nível da ocupação - porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar - subiu de 54,6% no trimestre encerrado em outubro de 2021 para 55,3% no trimestre até janeiro de 2022. No trimestre terminado em janeiro de 2021, o nível da ocupação era de 51,1%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.489 no trimestre encerrado em janeiro. O resultado representa queda de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 232,594 bilhões no trimestre até janeiro, queda de 0,9% ante igual período do ano anterior, segundo o IBGE.

Desalento

O Brasil alcançou 4,754 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em janeiro, segundo os dados da Pnad Contínua. O resultado significa 322 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2021, um recuo de 6,3%.

Em um ano, 1,094 milhão de pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 18,7%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

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