Com a virada do ano, novas promessas são feitas e muitas delas estão relacionadas à perda de peso, praticar alguma modalidade esportiva ou simplesmente melhorar a qualidade de vida. Para isso, é preciso preparar-se psicologicamente e, também, financeiramente, pois para cuidar do corpo e ter uma vida mais saudável, é preciso planejamento e investimentos que serão aplicados em novos hábitos alimentares, acompanhamento profissional, práticas esportivas e procedimentos estéticos.
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É o caso da professora universitária, Marlene Pinheiro, 34, que tem uma rotina bastante agitada. Após viver 12 anos na Alemanha, onde se deslocava de bicicleta e praticava muitos esportes, viu os números na balança aumentarem após retornar para Fortaleza. "Voltei e me vi sem horário certo para almoçar, chego tarde em casa e parei de praticar esportes. Engordei cinco quilos. Sei que é meio clichê, mas resolvi começar uma dieta e academia no início do ano", conta.
Como não tem afinidade com academia, pagou e foi duas vezes no ano passado, resolveu experimentar o crossfit já praticado pelo irmão. Desembolsa R$ 350 por mês para praticar a modalidade três vezes na semana durante uma hora.
Alimentação
Também buscou a orientação de uma nutricionista, com um investimento de R$ 300 por consulta. Ainda contratou os serviços de entrega de comida durante cinco dias na semana, que inclui almoço, lanche e jantar. O kit para dez dias sai por R$ 750, mas existe opção de pacote mensal. "É a primeira vez que faço e estou adorando. São bem práticos, e praticidade é tudo no dia a dia. A vida de hoje não dá muito tempo de cuidar da gente", revela. Pinheiro confessa que adora cozinhar e hoje a atividade virou hobby aos fins de semana, quando reúne os amigos.
Na geladeira, algumas restrições feitas pela nutricionista, mas nada radical. "As novas comidas são um pouco mais caras, mas nada demais. E dá para trocar a carne vermelha por um frango orgânico", explica. Segundo a professora, a alimentação mudou um pouco e ela está se sentido mais disposta e bem-humorada. "Já senti o resultado em poucos dias", comemora.
Maior fluxo
O proprietário e head coach da CrossFit Zero85, Neylson Nogueira, percebeu desde a primeira segunda-feira de janeiro um aumento nas novas matrículas. Tanto de ex-alunos como novatos. "A tendência é aumentar. Se compararmos está primeira semana como igual período de 2016, houve alta de 30%", diz.
No espaço, o público é variado, mas homens são 70% do fluxo. "Um amigo vai chamando o outro e trazendo outros e as mulheres e namoradas acompanham", revela. Em geral, as aulas são em grupos pequenos.
Nogueira justifica o aumento da procura pela modalidade proporcionar um ganho efetivo e ser uma atividade competitiva. "Abrimos em 2014 e hoje vemos cada dia mais adeptos que nos procuram pelas mudanças causadas na rotina e na aparência de conhecidos", explica. O head coach ressalta, ainda, a inclusão e a motivação proporcionadas pelo cross fit.
Para praticar a atividade todos os dias durante uma hora, é necessário desembolsar R$ 450 por mês; por quatro aulas R$ 400; para três vezes na semana R$ 350; e duas vezes R$ 300.
Ao ar livre
Muitas pessoas também estão optando por utilizar espaços públicos para caminhar, correr ou pedalar, como a Beira Mar, Praia de Iracema, praças e parques. Alguns optam por participar de grupos das chamadas assessorias esportivas.
O idealizador e professor da assessoria esportiva Moliv, Márcio Oliveira, observa que os "trintões" e os "quarentões" são os mais conscientes com os cuidados com o corpo e estão interessados na busca pela qualidade de vida. "Desde dezembro a sondagem por uma nova atividade física vem aumentando e as primeiras semanas do ano são bem efervescentes", analisa.
Entre as vantagens de quem adere, Oliveira destaca a melhora na qualidade e expectativa de vida, além de se manter em forma. "É o maior custo benefício", acredita. O valor para participar dos grupos de corrida varia entre R$ 100 e R$ 200, e para quem gosta de musculação, existem opções a partir de R$ 59,90.
Treino personalizado
O personal trainer Ailson Maia, 50, sentiu na pele as adaptações de uma nova rotina de atividades e reeducação alimentar. Após um acidente que o manteve na cama até aguardar o momento ideal para a cirurgia passou dos 70 quilos para os 140 quilos e conseguiu, após muita força de vontade, chegar aos atuais 80 quilos.
Atualmente mantém uma alimentação equilibrada e abriu mão de alguns itens como pães, bolachas e biscoitos, mesmo os integrais, entre outros e investe numa alimentação mais natural, sem produtos industrializados. Conseguiu economizar R$ 400 nas compras do supermercado. "Os industrializados que elevam os gastos do mercantil. É o mais caro", destaca. E alerta que para economizar é preciso pesquisar.
Para quem está iniciando, Maia aconselha a realização de um check up clínico e a busca por um profissional de educação física para orientar e aconselhar nos treinos. Maia declara que em Fortaleza os valores variam entre R$ 550 e R$ 1.200 por mês. "Com um programa individualizado é possível pegar uma pessoa "crua" e a transformar num atleta", afirma. Existem, ainda, profissionais.