Maior variedade de itens não dispensa pesquisa de preços

Supermercados têm investido pesado em produtos integrais, orgânicos, diet e light, dentre outros

Escrito por
Ingrid Coelho - Repórter producaodiario@svm.com.br
Legenda: Alguns estabelecimentos comerciais já possuem áreas exclusivas para produtos diferenciados, como os que têm menor teor de açúcar e de gordura
Foto: Foto: Helene Santos

Os produtos saudáveis e diferenciados que há alguns anos eram raros em um supermercado, hoje têm até setor próprio com gôndolas recheadas de diversos produtos. Seja por motivos estéticos ou pela saúde (ou os dois), o mercado de alimentação saudável no Ceará cresce paulatinamente para atender a uma demanda igualmente crescente e cada vez mais exigente pelo que há de mais novo no País e no resto do mundo.

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Mas apesar de tal crescimento já vir acontecendo há algum tempo, tornar a rotina alimentar mais leve ainda pesa um pouco mais no bolso. O pão de forma integral, item que é comum em dietas por ter mais fibras que o pão branco, além de conter menos açúcares e menos gordura, por exemplo, pode custar até em torno de 14,5% a mais que um pão de forma comum com casca da mesma marca, conforme constatou a reportagem em visita ao Supermercado A realizada na última semana.

Orgânicos

Já na comparação entre frutas e verduras orgânicas e as não-orgânicas, a diferença é ainda maior. No caso do quilo da banana-prata, a diferença entre a orgânica e a não-orgânica chega a ser de 30,2%, de acordo com os preços consultados no Supermercado B.

Na cenoura, a discrepância é ainda maior: no mesmo estabelecimento, enquanto a cenoura não-orgânica custava R$ 2,99 o quilo, a orgânica, vendida em uma bandeja com 600 gramas, chegava a R$ 7,26.

Além da diferença entre os "mocinhos" e seus equivalentes "vilões", o levantamento de preços realizado com 11 produtos da mesma marca revela também que pesquisar bem ajuda na redução de custos para montar a "feira saudável".

No pacote de pão de forma integral (500g) da mesma marca, é possível economizar até 21,1%. Enquanto no Supermercado A o item custava R$ 6,29, no B, era vendido a R$ 5,99. O menor preço foi encontrado no C: R$ 5,19.

A avaliação da proprietária da Levíssima - loja especializada em alimentação saudável -, Sarah Melo, confirma que ter uma alimentação mais saudável, trocando a rotina alimentar, acaba se tornando mais caro, mas que é possível fazer a mudança sem que os gastos deem um salto tão grande no orçamento.

Para isso, Sarah indica o preparo de produtos em casa ao invés da aquisição de alimentos prontos. "Tem a opção de comprar produtos já prontos e tem a possibilidade de fazer em casa, o acaba gerando uma boa economia", destaca. Ela também ressalta que comprar os alimentos em pequenas quantidades pode ajudar a ter um controle maior dos gastos com alimentação.

Sarah também destaca que o acesso maior à informação tem contribuído consideravelmente para que as pessoas optem por uma mudança na rotina alimentar. "Quando as pessoas têm mais acesso à informação, elas passam a ter a opção da escolha. Então a informação tá mais acessível e as pessoas estão escolhendo mais", analisa.

Mudança

A loja, que antes recebia um público que procurava o local por ter algum tipo de intolerância ou alergia alimentar, hoje conta com clientela mais diversificada. "O que eu vejo é o pessoal lendo rótulos com maior frequência, e é interessante porque você consegue ter uma conversa direta. Esse consumidor não é mais leigo, ele já sabe o que ele quer, também quer saber exatamente o que está ingerindo e porque está comprando aquele produto", finaliza Sarah.

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