Metalmecânico: situação se agrava

Mais de um terço das indústrias do setor metalmecânico do Estado do Ceará já tem prejuízos na produção em decorrência da paralisação dos caminhoneiros em todo o País, que completa hoje dez dias. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Ceará (Simec), Sampaio Filho, já há casos em que as atividades tiveram de ser suspensas.

"Cerca de 35% das indústrias de metalmecânica do Ceará estão com a produção prejudicada pela greve dos caminhoneiros. Já ocorre a suspensão pontual em algumas indústrias", disse.

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Conforme ele, a cada dia que passa, o quadro fica mais agravante. "A situação de hoje (ontem) está mais complicada. Não chega nada nas indústrias, e algumas já estão quase na linha do desespero. A matéria-prima não chega, o pessoal tem que faturar e não consegue por não ter material. O que tinha de estoque, foi produzido e não se consegue expedir pois não tem caminhão para evacuar a produção".

Sampaio Filho clamou que os envolvidos no imbróglio - representantes dos caminhoneiros e Governo Federal - consigam entrar em um consenso para restabelecer a normalidade e, assim, tentar minimizar o prejuízo que já foi causado ao setor.

"É uma coisa muito complexa para se resolver. A gente pede entendimento entre Governo Federal e as lideranças do movimento, para que a gente encontre uma solução o mais breve possível. Pedimos a compreensão (dos envolvidos), mais uma vez, para que se entre num acordo e o Brasil volte a crescer".

Normalização

Na edição de ontem do Diário do Nordeste, o Simec havia dito que, para normalizar a situação das indústrias, seriam necessárias de 48 a 72 horas após o retorno dos caminhões às rotas, sendo este o tempo médio do frete dos insumos aguardados.

O segmento metalmecânico responde, hoje, a 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. Grande parte da matéria-prima utilizada é proveniente de outros estados e até as revendas cearenses dos materiais estão com déficit de estoque.