Empresários do CE cobram solução do setor público

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Legenda: Segundo o presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, a greve iniciou-se por um descontentamento justo, mas já passou do ponto

Fortaleza/São Paulo. A manifestação dos caminhoneiros, que chega hoje ao décimo dia, foi criticada, ontem, por diversos empresários e representantes de setores ligados à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). O grupo esteve reunido durante a tarde para discutir os prejuízos a que estão sendo acometidos e para ponderar ações que podem ser tomadas. Em uníssono, os empresários cobram do Governo Federal solução para o imbróglio, em prol da "retomada do crescimento do País".

De acordo com o presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, os empresários estão sofrendo no dia a dia com a crise gerada pela paralisação. Na opinião dele, a manifestação dos motoristas de caminhões já passou do ponto, uma vez que as reclamações dos grevistas, na visão dele, teriam sido atendidas pelo poder público.

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"Sabemos que a greve se iniciou por um descontentamento justo por parte dos caminhoneiros, e pelo que a gente acompanha, já foram atendidas suas demandas iniciais e isso já não é passível nem de discussão. Mas observamos que o movimento continua. A gente vê também uma movimentação muito mais na atuação política. Até o momento em que a gente via que (a greve) era na linha de reivindicações, a gente verificava que eram passíveis de ser atendidas e concordávamos. Até aí, tudo bem. Mas no momento em que passa a ter uma atuação política, passa a prejudicar a população, que está desabastecida", disse.

Filizola ressaltou que, no fim, o prejuízo também irá reverberar no bolso do cidadão, que acabará pagando mais caro pelos produtos que consumir, diante da iminente escassez prevista pelos setores. "Se continuar essa situação, teremos desabastecimento, e podemos ter produtos mais caros. E quem vai pagar é a população. É uma responsabilidade grande de quem faz a gestão pública", apontou.

Os empresários fizeram contato com uma ponte no Governo Federal que não foi revelada para a reportagem. Por telefone, as reclamações foram feitas e, agora, as empresas do comércio de bens, serviços e turismo cobram por uma solução efetiva.

"Esperamos que isso (fim da greve) se conclua pelo menos até amanhã (hoje), para que a normalidade volte. Fizemos a interlocução por telefone com o governo, para traçar as estratégias. O governo disse que estava dialogando com outras entidades para tomar um posicionamento e poder fazer algo acontecer. Outro ponto, é que as rodovias estaduais já estavam sem problemas. Mas isso é algo que cada um fala por si, estamos no momento esperando ações de responsabilidade. Esperamos que essas ações possam acontecer de uma forma mais rápida possível, pois empresários e população já estão cansados de esperar ações demoradas que acabam prejudicando o todo".

Para Filizola, o governo precisa ser mais enérgico nas ações que tomar diante das circunstâncias que o caso gerou. "O recado foi dado, já passamos do tempo, as reivindicações foram atendidas, já é num novo momento, de pensarmos no País. E nossa cobrança foi em cima de ações do governo para que possa estar fazendo com que os caminhoneiros que queiram trazer suas mercadorias, possam trazer com tranquilidade, que tenham apoio até do Exército, caso seja necessário", completou.

Carnes

O setor exportador de carne bovina contabiliza prejuízos de US$ 170 milhões em uma semana por causa da paralisação dos caminhoneiros. Conforme o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, semanalmente o setor embarca ao exterior 40 mil toneladas de carne bovina, volume que não tem chegado aos portos. Camardelli participou ontem de reunião com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para discutir as consequências da greve para o setor de proteína animal, durante evento em São Paulo.

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