Dos concursos públicos a grandes empresas, o economista tem diversos ramos para seguir. Com foco estratégico, o papel do profissional de realizar análises e nortear decisões se torna ainda mais importante neste momento de retomada econômica no país. Nesta sexta (13 de agosto), é celebrado o dia do economista, e o Diário do Nordeste mostra os caminhos desta profissão.
“Ele vai dar o indicativo de quais os setores de atividade, como devem se estruturar, como redimensionar a sua empresa de acordo com crescimento ou não da demanda, direcionar oferta de produtos. Ele acaba sendo a bússola para os caminhos a serem traçados não só para a iniciativa privada como a pública”, resume o presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra.
Oportunidades
Na iniciativa pública, o economista pode atuar na área de planejamento, estratégia, pesquisa para entender a situação econômica e criar políticas públicas. Na privada, o profissional pode ser um grande aliado para indicar para onde empresas podem se expandir e quais os melhores locais para investir recursos.
Os bancos são um grande celeiro para os economistas, com oportunidades para atuar na área de crédito, seguro e finanças em geral. As corretoras de investimentos também têm demandado cada vez mais os conhecimentos dos profissionais de economia para construir indicações para investidores.
Coimbra aponta que o mercado de trabalho para os economistas tem se ampliado em razão do próprio crescimento da economia do estado.
Ele cita como exemplo o aumento do número de empresas cearenses ingressando no mercado de capitais – como foi o caso da Brisanet no final do mês passado. Segundo ele, a chegada à bolsa de valores cria uma maior demanda da expertise de economistas dentro das empresas.
“A gente vem observando também a parte de educação financeira, orçamento pessoal. O economista vem abrindo novos espaços e no dia a dia que a gente observa a necessidade e a importância”, percebe.
Para o economista e sócio-diretor da CDP Capital, Renato Aguiar, o mercado em Fortaleza ainda tem um escopo reduzido quando comparado a centros financeiros como São Paulo. Bancos, órgãos do governo, casas de crédito, empresas de investimento e os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FDICs) são as maiores oportunidades, segundo ele.
“Há também sempre a possibilidade de algum cargo com comissão, normalmente ligado a algum político e vai envolver networking e uma certa notoriedade, normalmente se tiver ocupado algum cargo relevante na administração pública”, acrescenta.
Desafios
Ricardo Coimbra destaca que o salário inicial de um economista varia entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, mas o profissional pode chegar a ganhar até R$ 25 mil se tornando uma referência de mercado.
A inserção no mercado de trabalho, contudo, é um dos principais desafios. Ele considera que nem sempre as empresas enxergam a importância do trabalho do economista frente a outras profissões com atuação próxima. O profissional deve, portanto, provar seu valor.
Quem quer atuar no âmbito público precisa esperar a abertura de concursos, o que afunila o número de profissionais no mercado.
Citando sua trajetória pessoal, Renato Aguiar afirma que, para crescer, o economista deve buscar formações para além da graduação. Ele conta que fez pós graduações para conseguir subir de posições até diretor executivo de empresas.
Ele destaca que o profissional deve chegar ao mercado aberto, evitando se manter apenas em direcionamentos específicos no setor público ou em grandes empresas.
O desafio seria acessar esse grande universo e estar aberto a atuar como generalista, navegando um pouco no universo de conhecimentos do administrador, contabilista, galgando posições usando conhecimentos de economia, principalmente na parte estratégica de mercado