Após o Ministério da Saúde (MS) indicar novamente o apoio ao uso da cloroquina, refutando a eficácia da vacina contra a Covid-19, médicos cearenses do Coletivo Rebento divulgaram uma nota, neste sábado (22), criticando o posicionamento do Governo Federal.
Nela, alertam para o risco da insistência em medicamentos sem eficácia contra a doença, assim como cobram medidas urgentes dos estados e da União para frear o aumento dos casos do novo coronavírus.
Segundo apontam, é necessária uma forte ação do Ministério Público Federal, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e das demais autoridades em Saúde Pública para evitar que a população volte a ser submetida a esse risco.
Para eles, há o perigo tanto de saúde, quanto dos brasileiros serem induzidos ao erro por um "medicamento que não tem eficácia contra a Covid-19".
"Mesmo com quase dois anos de pandemia e com inúmeras pesquisas que já demonstraram a total ineficácia e os riscos de uso de hidroxicloroquina para pacientes portadores de Covid-19 ou como falsa 'medida profilática', o Governo Federal insiste no tema".
MOBILIZAÇÃO PARA SALVAR VIDAS
Em meio ao aumento dos casos da Covid-19 e com a chegada da variante Ômicron, os médicos cearenses apontam a importância de uma "mobilização nacional para salvar vidas". Para isso, percebem ser necessário a organização de ações rápidas e amplas em todo o território brasilleiro.
"É preciso acelerar ao máximo a vacinação com a dose de reforço, para diminuir o número de pessoas em maior risco de hospitalização e morte".
Para o Coletivo Rebento, que reúne, conforme o próprio grupo, "Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS", é urgente cobrar seriedade contra a pandemia, reforçando em campanhas de comunicação em massa o perigo da doença para a sociedade.
NOTA CONTRARIA PESQUISADORES
O uso da hidroxicloroquina voltou a ser inserido na "Fundamentação e Decisão Acerca das Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento Farmacológico da Covid-19", pelo Governo Federal. A medida ocorreu por meio da Nota Técnica Nº 2/2022, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do MS.
Em nota técnica assinada apenas pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta, Hélio Angotti Neto, são barradas as diretrizes que contraindicam o "kit Covid" no tratamento ambulatorial e hospitalar da doença.
Além disso, em uma das colunas pergunta se há demonstração de efetividade em estudos controlados e randomizados para a Covid-19. A resposta é "sim" para a hidroxicloroquina e "não" para as vacinas.