Eclipse em Fortaleza atrai multidão para observatório no Dragão do Mar e na Praia de Iracema

Grande quantidade de curiosos se concentrou em pontos estratégicos da Capital para observar o fenômeno neste sábado (14)

Escrito por
Ana Beatriz Caldas e Diego Barbosa metro@svm.com.br
(Atualizado às 19:21)

O eclipse solar já aconteceu, e multidões se concentraram para acompanhar o fenômeno. Neste sábado (14), pontos estratégicos de Fortaleza foram ocupados por gente que se preparou para visualizar, em grupo, a curiosa experiência no céu.

Na Capital, o eclipse iniciou às 15h23. O ápice foi às 16h42, quando a Lua escondeu 83% do Sol.

Complexo que abriga o Planetário Rubens de Azevedo, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura comportou diversas famílias para garantir a vista. A fila gigantesca tomou toda a passarela e a rampa.

Casais e crianças se destacaram entre os observadores. Muito dessa aderência se deu porque o Planetário distribuiu mil óculos especiais para a ocasião de forma gratuita, além de capacitação.

Felipe e Helena Rodrigues chegaram com antecedência e demonstraram entusiasmo com o momento. Pai e filha disseram ser costume o gosto por Astronomia, a ponto de sempre observarem as estrelas. "Já tinha visto um evento desse tipo, quando era adolescente; hoje, trouxe minha filha pra ver se conseguimos juntos", partilhou Felipe.

A pequena Helena, de 10 anos, descreveu ser um "sonho" presenciar o instante. "No início do ano, estudei sobre como o eclipse acontecia, e senti muito interesse. Agora, tô muito feliz com essa oportunidade".

Ciência perto das pessoas

Perto dali, nas areias da Praia de Iracema, outra fartura de pessoas se reuniu com o mesmo objetivo. O professor Ednardo Rodrigues, colunista do Diário do Nordeste, esteve lá e comemorou o fato de o evento ter capacidade de unir e aproximar o público da Ciência.

"Geralmente o eclipse atrai muita atenção. Desde a Antiguidade, há todo um mistério, mas hoje nós conseguimos prever os eclipses com exatidão muito grande". Para se ter uma ideia, o professor já sabia o horário exato do eclipse há dois anos e se preparou para observar o fenômeno na Praia de Iracema e compartilhar a experiência. O ponto reuniu mais de 500 pessoas que passaram para observar. 

"A Astronomia é muito exata. E um evento como esse é bacana para você trazer seu filho, para ele começar a gostar de Ciência. Num caso como esse, podemos abordar a dinâmica do Sistema Solar porque hoje sabemos que é a Terra que gira ao redor do Sol, e a Lua gira ao redor da Terra. E, nesse movimento, a Lua passa na frente do Sol, que é o que causa o eclipse".

Quem também aproveitou a proximidade com o mar para participar do momento foram os estudantes Letícia Damasceno e Rodrigo Marques. Para a primeira, o dia é histórico. "O próximo eclipse só vai acontecer daqui a muito tempo. Eu sempre fico pesquisando eventos astronômicos, e estar aqui hoje está sendo muito especial".

Rodrigo complementou a fala da amiga. "Não saberemos se vamos estar vivos na próxima vez que acontecer, por isso se torna algo muito incrível, e nós pudemos ver".

Transmissão do fenômeno

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) participou de um esforço coletivo internacional para captação de imagens do eclipse anular do Sol. O material foi aproveitado tanto pelo Observatório Nacional como pela Nasa para transmissão ao vivo do fenômeno pelo mundo. 

As imagens foram capturadas do campus do IFCE em Juazeiro do Norte devido às condições favoráveis da localização e por não haver risco de chuva. A captura foi feita, também, em colaboração com a agência Time and Date, que garantiu o acesso da equipe às imagens do eclipse ao redor do globo.

Para a instante, foram utilizados um telescópio, um filtro solar específico e uma câmera acoplada ao equipamento, transmitindo informações para um computador. Por sua vez, para as pessoas que desejaram visualizar no céu por conta própria, foram necessários óculos apropriados visando garantir a segurança ocular.

O eclipse solar anular acontece quando a lua passa entre a Terra e o Sol, cobrindo grande parte da estrela e deixando um "anel de luz" ao redor da borda.

Esse tipo de eclipse ocorre quando a Lua está no apogeu, ou seja, no ponto mais distante de sua órbita da Terra. Por isso que, neste momento, a Lua parecerá menor que o Sol no céu, garantindo que o "anel de fogo" seja visível. 

O fenômeno pôde ser visto especialmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.