O Ceará deve receber no início de julho as primeiras doses da vacina contra Covid-19 Sputnik V, segundo anunciou o governador Camilo Santana nesta terça-feira (15). O Estado deve receber 183 mil doses inicialmente.
Até o fim de junho, o Fundo Soberano Russo, responsável pelo imunizante, deve entregar o cronograma de distribuição das doses, ainda segundo o governador.
Camilo e outros governadores do Nordeste se reuniram com membros do Fundo nesta manhã.
O imunizante russo foi aprovado com condicionantes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 5 de junho. Houve limitação do número de doses a 1% da população de cada estado e a aplicação será destinada somente a um "público adulto e saudável."
Pelas regras estipuladas, o Ceará poderá concluir a compra direta só de 183 mil doses, considerando as duas aplicações. Os pedidos de importação foram apresentados por estados.
E não poderão receber o imunizante gestantes, lactantes, menores de 18 anos, mulheres em idade fértil que desejem engravidar nos próximos 12 meses, além de pessoas com enfermidades graves ou não controladas e antecedentes de anafilaxia.
Em março, o governo estadual assinou contrato para compra direta do imunizante. A previsão era adquirir 5,87 milhões de doses da vacina.
O Consórcio do Nordeste planejava adquirir 39,6 milhões de doses da vacina russa, mas o total liberado para a região foi 938 mil.
Quantitativos de doses da Sputnik V para os estados do Nordeste, segundo a Anvisa:
- Bahia - 300 mil doses
- Pernambuco - 192 mil doses
- Ceará - 183 mil doses
- Maranhão - 141 mil doses
- Piauí - 66 mil doses
- Sergipe - 46 mil doses
Segundo a Anvisa, após o uso dessas vacinas, serão analisados os dados de monitoramento do uso do imunizante e, assim, avaliados os demais quantitativos a serem importados.
Solicitação da importação da Sputnik V
Além do Ceará, pedidos de importação da Sputnik V também foram realizados pelo Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, além dos municípios de Maricá e Niterói.
Em abril, a Anvisa negou o pedido de importação da Sputnik V, devido à presença de adenovírus replicante (vírus capaz de se reproduzir) na composição da vacina. Após avaliar o relatório apresentado pelo Ministério da Saúde da Federação Russa, a agência concluiu que as normas que determinam a quantidade do adenovírus estão em concordância com as recomendações da agência federal do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
Segundo a Anvisa, o quantitativo de doses foi estabelecido para permitir o controle e observação dos lotes e poderá ser reavaliado para futuras aquisições.