A situação financeira do Guarany de Sobral é extremamente complicada e deve piorar ainda mais. O clube sobralense foi excluído, nesta sexta-feira (14), da Taça Fares Lopes após duas derrotas por WO e, consequentemente, suspenso de todas as competições organizadas pela Federação Cearense de Futebol por dois anos. Seguindo o regulamento, a FCF ainda aplicou uma multa financeira de R$ 20 mil ao Bugre.
A decisão foi tomada em virtude da reincidência da equipe de Sobral, já que o time não viajou para enfrentar o Icasa na estreia da Fares Lopes e não conseguiu encarar o Atlético Cearense, no Estádio do Junco, por problemas de logística. Após a partida o presidente do clube, Marcos Maciel, se pronunciou nas redes sociais.
A FCF fez valer o artigo 58 do seu Regulamento Geral de Competições (RGC), que afirma: "Caso uma equipe abandone competição sob coordenação técnica da FCF, estará automaticamente suspensa administrativamente durante 2 (dois) anos de qualquer outra competição coordenada pela FCF, além da pena pecuniária concomitante no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)".
A punição é válida tanto para a equipe profissional quanto para as categorias de base. A equipe Sub-20 do Guarany, que estava na disputa do Campeonato Cearense da categoria, também terá todas as suas partidas suspensas e receberá WO nos jogos da competição.
Vale lembrar que, além da suspensão, o time sobralense, que disputou a segunda divisão estadual em 2023, retornará na terceira divisão estadual após o término da punição.
CRISE FINANCEIRA
Pouco antes do início da Fares Lopes, há cerca de um mês, o presidente Marcos Maciel falou sobre o momento do clube, em uma entrevista ao programa Show do Esporte, da Verdinha FM. O clube vivia uma situação complicada com seus funcionários tendo quatro meses de salários atrasados.
“A gente vem de uma situação muito complicada, tentando resolver o problema, mas neste momento o pior aconteceu. Tínhamos que parar e colocar a cabeça no lugar. O Guarany tinha um patrocínio a receber da Prefeitura, mas por questões judiciais/trabalhistas, a grana poderia ficar retida, e o prefeito achou melhor não pagar. Nossos funcionários estão há meses sem receber, está fora do meu controle. Salários de profissionais a gente não consegue arcar. Quatro meses de salários atrasados, que esperávamos sair o patrocínio. Virou um caos”, disse o dirigente.
O clube teve o repasse de seu principal apoiador bloqueado pela Justiça, o que fez os pagamentos dos colaboradores do time serem atrasados.