A supervisora de roteiro do filme "Rust", Mamie Mitchell, revelou não haver previsão de disparo de arma na cena que o ator Alec Baldwin ensaiava quando matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins acidentalmente em outubro. Em razão disso, a profissional entrou com processo na Justiça contra o ator e a produção. As informações são do jornal O Globo.
Na ação judicial, a supervisora acusa o Baldwin de agressão e inflição intencional de angústia emocional, pedindo uma indenização de valor não indicado. "Eu revivo o tiroteio e o som da explosão da arma repetidamente", lamentou em entrevista coletiva.
Mitchell foi a primeira integrante da equipe a acionar os serviços de emergência logo após o acidente, que também feriu o diretor Joel Souza. Segundo a profissional, ela estava "na linha de fogo", a menos de um metro de Halyna, quando a vítima foi baleada.
"Fiquei pasma. Eu ouvi alguém gemendo e me virei. Meu diretor estava caindo para trás e segurando a parte superior do corpo. Em seguida eu me virei na direção de Alec e vi Halyna caindo para a esquerda", relatou.
Segurança ignorada
No documento do processo, consta que "todos os protocolos de segurança projetados para garantir que as armas de fogo seriam usadas com segurança foram ignorados e as ações tomadas foram contrárias a todas as normas da indústria".
O texto ainda salienta que Alec Baldwin "engatilhou e disparou a arma carregada, embora a próxima cena a ser filmada não exigisse o engatilhamento e o disparo". A munição existente no item era real, conforme informações do sindicato Aliança Internacional de Funcionários de Palco Teatral (IATSE).
A advogada da supervisora, Gloria Allred, alegou que o ator "escolheu jogar Roleta Russa quando disparou uma arma sem verificar e sem que o armeiro estivesse no local".
Ações contra Baldwin
O processo é o segundo aberto contra o ator. O eletricista-chefe de "Rust", Serge Svetnoy, abriu, recentemente, processo em Los Angeles no qual alegou que parte dos produtores do filme, incluindo Baldwin, agiram com negligência na morte da diretora. Segundo ele, Halyna morreu em seus braços.
Conforme a AFP, a ação também cita a armeira Hannah Gutiérrez-Reed, que afirmou, por meio de seus advogados, estar sendo "incriminada" pela morte de Halyna. Os representantes da armeira insistem que ela não sabia por que havia munição de verdade no set, sustentando a possibilidade de "sabotagem".
O caso segue em investigação por parte do Gabinete do Xerife do Condado de Santa Fé. Ainda não há divulgação de acusações criminais. Os agentes apreenderam mais de 500 cartuchos de munição do set do longa-metragem.