O que aconteceu com Eliza Samudio? Documentário sobre o caso estreia na Netflix nesta quinta (26)

Documentário traz informações inéditas por meio de mensagens e conversas pessoais de Eliza

A Netflix lançou, nesta quinta-feira (26), o documentário “A Vítima Invisível: O caso Eliza Samudio", relembrando o caso que chocou o Brasil em 2010. A produção revisita os acontecimentos que resultaram no desaparecimento da jovem modelo, destacando detalhes que não receberam visibilidade na época.

O documentário traz revelações por meio de mensagens inéditas e conversas pessoais de Eliza, e inclui depoimentos de amigos e familiares. A produção oferece uma visão aprofundada das circunstâncias que culminaram no assassinato da modelo, dando ênfase ao papel de Bruno e de seus cúmplices. Apesar das investigações e das prisões, incluindo a condenação de Bruno a 23 anos de prisão, o corpo de Eliza nunca foi encontrado.

A direção do documentário, assinada por Juliana Antunes, busca mostrar como sua a morte de Eliza poderia ter sido evitada se houvesse uma resposta mais adequada das autoridades. A produção também mostra como o caso foi tratado pela mídia e pelos sistemas de proteção às vítimas de violência doméstica e de gênero.

Relembre o caso 

A história de Eliza começa em 2009, quando ela engravidou do então goleiro Bruno, do Flamengo. Durante a gravidez, Eliza contactou a polícia afirmando que Bruno, junto de seus amigos "Russo" e "Macarrão" a haviam mantido em cárcere privado e a obrigado a ingerir substâncias abortivas, confirmadas por meio um teste de urina.

Eliza também solicitou uma medida protetiva de urgência, que foi negado por uma juíza da vara especializada em violência doméstica. A juíza argumentou que a Lei Maria da Penha não se aplicava ao caso de Eliza, uma vez que ela não tinha uma "relação afetiva estável" com o agressor.

Em 2010, com o nascimento da criança, a modelo começou a chamar atenção da imprensa exigindo o direito de receber uma pensão do jogador, que negava a paternidade. A partir daí, uma batalha judicial foi iniciada entre os dois. Em junho do mesmo ano, Eliza desapareceu após visitar um sítio de Bruno, em Minas Gerais.

O então goleiro foi considerado o principal suspeito do desaparecimento e, em julho de 2010, ele e outras sete pessoas tiveram mandados de prisão expedidos.

O julgamento do caso foi iniciado na cidade de Contagem, Minas Gerais, no dia 19 de novembro de 2012, mas acabou sendo adiado para março de 2013 a pedido da defesa do goleiro. O júri popular condenou o ex-atleta do Flamengo a 23 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, ocultação, sequestro e cárcere privado. 

Apesar da condenação, Bruno está em liberdade condicional desde janeiro de 2023 e o corpo de Eliza Samudio nunca foi encontrado.