O mundo inteiro está aguardando uma vacina capaz de imunizar contra o novo coronavírus, que mudou a rotina do planeta desde o fim de dezembro de 2019. Mais de 160 projetos estão em desenvolvimento, sendo 30 em estágio de fase de testes em humanos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
É normal que muitas dúvidas apareçam neste momento em que a população espera que alguma vacina. Dessa forma, reunimos as principais questões sobre o que já se sabe das vacinas para Covid-19. Confira:
Quando uma vacina estará disponível? Vai ser em 2020?
A data é incerta, mas diversas empresas biofarmacêuticas dão prazos que vão desde os últimos meses de 2020 e até 2021.
As empresas Pfizer e AstraZeneca, por exemplo, anunciaram que a revisão regulatória de suas vacinas devem sair até o fim deste ano. A OMS também já se colocou dizendo esperar para ainda este ano a produção de "milhões de doses".
O governo brasileiro já garantiu vacinas?
O Governo Federal firmou um acordo com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, ambos do Reino Unido, que prevê a disponibilização de 100 milhões de doses e na parceria do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac, a produção de milhões de doses da CoronaVac no Brasil foi autorizada. João Doria, governador de São Paulo, anunciou que o Estado deve receber as primeiras 5 milhões de doses da Sinovac Biotech no próximo outubro.
Ambas as vacinas estão sendo testadas em brasileiros.
O Ministério da Saúde informou que a vacinação contra a Covid-19 deve começar com os profissionais da área de saúde, idosos a partir de 75 anos ou maiores de 60 - mas que vivam em asilos ou instituições psiquiátricas - e com a população indígena.
Como é feita a vacina?
Todas as empresas têm pesquisas e tecnologias diferentes para a produção da vacina. O protótipo da AstraZeneca/Oxford, por exemplo, está sendo baseada em um adenovírus de chimpanzé, com nome científico de ChAdOx1. Já a vacina da Pfizer em parceria com a BioNTech está sendo feita com base em RNA mensageiro, que leva "instruções" para produção de proteínas que podem treinar um sistema imunológico saudável para produzir anticorpos que combatem a infecção grave gerada pelo vírus.
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No entanto, todas precisam passar pelas fases de testes de aprovação para garantir eficácia e segurança. Passando, primeiramente, por testagens em animais. Depois disso, acontecem 3 fases de testes em humanos, com especificidades para cada uma delas, como o número crescente de pessoas que recebem a vacina. Ao fim desses estágios, uma autorização emergencial será concedida para que possa, finalmente, ir para a aprovação e distribuição.
Como ser voluntário nas fases de testes?
Cada instituto responsável pelas vacinas tem suas próprias normas de triagem. A maioria está dando preferência a profissionais de saúde que atuem na linha de frente, pela maior exposição ao vírus.
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A vacina será 100% eficaz? Será necessária apenas uma dose da vacina?
Como nem todas as vacinas são criadas da mesma forma, isso irá depender. A vacina da gripe, por exemplo, é aplicada em doses anuais e, ainda assim, não previne 100% contra a gripe. Já a vacina da febre amarela exige apenas uma única dose. Pesquisadores afirmam que isso ainda é incerto para a vacina do coronavírus. A vacina CoronaVac já demonstrou eficácia de 97% com apenas duas doses, segundo o diretor do Instituto Butantan.
A vacina BCG é eficaz contra o coronavírus?
Ainda não existe nenhuma vacina eficaz contra a Covid-19. A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) diz que o estudo que suscitou esta dúvida, feito pelo Instituto de Tecnologia de Nova York, "tem falhas metodológicas significativas e foi publicado como um pré-print, um tipo de publicação que não é avaliada por revisores e não deve ser utilizada como recomendação clínica. Portanto, não é possível recomendar a vacinação com o BCG fora da rotina do Programa Nacional de Imunizações".
E a vacina da tríplice viral? Tem alguma relação com o coronavírus?
Não existe nenhum estudo que realmente afirme a precaução da tríplice viral à Covid-19. Estudos publicados nas revistas mBio e Science sugerem que esta vacina e o imunizante oral contra a poliomielite (paralisia infantil) podem ter algum efeito de proteção ou atenuem os sintomas do novo coronavírus.
A sugestão é justificada pelo fato de que ambos ocasionam a imunidade inata. Ou seja, além de produzirem anticorpos para as doenças que foram destinadas, podem ativar células de defesa que atacam diferentes agentes infecciosos de outras doenças.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está realizando uma pesquisa com voluntários para investigar essa possível imunização. Mas, até agora, tudo são suposições.
Por que uma vacina e não um medicamento?
O medicamento tem atividade profilática ou de cura, necessitando que o vírus esteja ativo no corpo. A vacina faz com que o corpo desenvolva os anticorpos mesmo sem o vírus estar ativo, oferecendo mais agilidade na interrupção da transmissão e infecção.
Esta matéria está em atualização, com base no avanço das pesquisas de desenvolvimento das vacinas