Seis das oito cidades cearenses que decretaram estado de emergência desde o último final de semana, após as fortes chuvas que caíram no Estado, já ultrapassaram a média histórica de precipitações do mês de março. No entanto, o clima não deve dar trégua: mais água deve cair nelas pelos próximos dias.
De acordo com o Calendário de Chuvas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Guaramiranga, Altaneira, Aratuba, Uruburetama, Itapajé e Itapipoca receberam, até as 7h de terça-feira (21), um volume superior ao esperado para o mês inteiro.
As oito cidades também aparecem na lista de cidades em risco até esta terça (21), em aviso meteorológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As gestões municipais têm alertado a população sobre os perigos causados pela força das águas.
Veja a situação de cada uma:
URUBURETAMA
Com decreto de situação de emergência publicado na sexta-feira (17), a cidade serrana do Litoral Oeste é a que tem o maior acumulado de chuvas neste mês, até o momento: foram 470 milímetros. O número é 67,5% maior que os 280 milímetros que costumam chover por lá, no mês de março.
GUARAMIRANGA
Ruas de Guaramiranga, um dos principais destinos turísticos no Ceará, foram alagadas pelo grande volume das águas no fim de semana. Estabelecimentos comerciais também foram inundados por lama e precisaram fechar até a situação ser amenizada.
Por lá, já choveu 9% acima da média normal do mês, que é de 277,5 milímetros. Até a última atualização do Calendário, choveram 302,9 milímetros.
ITAPIPOCA
Itapipoca, também no Litoral Oeste, também vive uma situação complicada: cerca de 400 pessoas que vivem em áreas de risco foram orientadas a deixar as residências, e parte delas foi abrigada em escolas.
Numa cidade onde costuma chover 286,1 milímetros em março, já caíram 350 milímetros. O valor é 22,4% superior à normal climatológica.
ITAPAJÉ
O decreto de situação de emergência da cidade, colada a Itapipoca e Uruburetama, saiu na noite do sábado (18). Com as chuvas de março, o açude Itapajé chegou a sangrar no último dia 13.
Já choveram 287,5 milímetros no município, quando o normal seria de 219,6 milímetros. O volume já é 30,9% superior.
ARATUBA
A Prefeitura de Aratuba, município onde um deslizamento deixou três mortos e famílias desalojadas, decretou estado de emergência por 90 dias.
Quando se esperam normalmente, 208.1 milímetros, já choveu 36,9% a mais, totalizando 284,8 milímetros.
ALTANEIRA
Nessa pequena cidade do Cariri, já choveu 13,6% acima dos 219 milímetros normais. Até o momento, já são contabilizados 248,8 milímetros. Segundo a Prefeitura, a medida se deve "aos sérios riscos nas zonas urbanas e rurais do município, com abertura de crateras, alagamento de ruas, infiltração das principais vias, riscos iminentes e danos aos prédios públicos, comerciais e residenciais".
ANTONINA DO NORTE
A decretação de emergência na cidade foi motivada pelo rompimento de barramentos, o que ocasionou alagamentos na sede do município. No entanto, a média histórica para março por lá ainda está 36,9% abaixo do normal, que é de 169,7 milímetros. Choveram 107,1 milímetros.
MISSÃO VELHA
Missão Velha, município da Região do Cariri, foi outra das que decretaram estado de emergência que ainda não ultrapassou a média mensal. Na verdade, o valor ainda está 33% abaixo: o normal é de 236 milímetros, mas choveram 157,7 milímetros.
Segundo a gestão municipal, o decreto se baseia em determinadas áreas afetadas pelas chuvas dos últimos dias, como a destruição de ruas, pavimentos e estradas de acesso à zona rural. A medida vale por 180 dias.