Museu da Imagem e do Som do Ceará abriu as portas e traz diversão para toda a família

Equipamento cultural passou por restauro, ganhou equipamentos de ponta e prédio anexo. MIS-CE reabre com programação para diferentes públicos e tem pela frente o desafio de se firmar como espaço de encontro da população

A população cearense está convidada a abraçar o Museu da Imagem e do Som do Ceará Chico Albuquerque. Após processo de reforma, restauro e aquisição de novo prédio e equipamentos, o espaço foi preparado para oferecer programação a todas as idades.

O casarão dos anos 1940, que abrigava a instituição, agora faz parte de um complexo. Um prédio de cinco andares (dois deles subterrâneos) foi construído e uma praça com telão externo promete ser ponto de encontro do público. De olho no futuro, o MIS-CE reabre as portas com outra proposta de funcionamento.

Além de atuar na preservação da memória audiovisual do Estado, possibilitando o acesso à pesquisa e manutenção da história, o local também quer a população mais perto desse rico acervo. Assim, retoma as atividades com exposições, formação (visitas mediadas, cursos e palestras), exibições de vídeos e concertos musicais.

Em outra perspectiva, a instituição passará a oferecer também serviços de restauro, digitalização e impressão. Ser um equipamento cultural conectado com a sociedade é o desafio. "Olhar o passado com vistas ao futuro", defende o diretor do MIS-CE, Silas de Paula.

Foco na sociedade

O gestor detalha que o objetivo é reafirmar este espaço como um Museu do Ceará e dos cearenses. "Abrimos com uma praça aberta ao público. Todas as pessoas estão convidadas, sem exceção. Um processo que começa pensando na inclusão. Isso é fundamental", avalia.

Em paralelo, o propósito para os próximos anos do MIS-CE é seguir expandindo o acervo e a capacidade técnica de proteger os registros do patrimônio material e imaterial do Estado. O objetivo é possibilitar entretenimento, contato com o lúdico e investir na formação.

Para o Museu continuar prestando esse serviço é necessária uma programação que acolha e integre os visitantes. "Isso só acontece se as comunidades terem relação de pertença forte com esse espaço e instituição. É ela que possibilita a existência daqui para frente do Museu", completa Silas de Paula.

O que tem para ver e ouvir?

A programação das primeiras semanas do novo MIS-CE reúne shows, mostras, aulas e palestras. Duas exposições estão montadas no anexo. “Todos juntos, vamos… Leocácio Ferreira”, tem curadoria de Rosely Nakagawa e apresenta a obra do fotógrafo paraibano que atuou no Ceará nas décadas de 1960-1970.

Em outro local do prédio é possível acompanhar a instalação “Ontem Choveu no Futuro”, do artista visual Batman Zavareze. O trabalho oferta uma rica experiência visual e sonora. As projeções ocupam todas as superfícies da sala e permitem a imersão do público na diversidade da cultura local. 

Na área da música, estão previstos shows de Fernando Catatau (lançando o disco solo) com participação de Rodger Rogério, Quilombalança, Vacilant, Mumutante e Mateus Fazeno Rock. A agenda também inclui aulas e palestras de nomes como Batman Zavareze, Simonetta Persichetti, Zelma Madeira, Rafa Diniz e Renan Costa Lima.

Outra dica é visitar a exposição "Laboratório dos Sentidos", montada no Casarão. Com curadoria de André Scarlazzari, o projeto informa e educa sobre os sentidos da audição e visão e tem o público infantil como alvo. As peças foram produzidas para os pequenos brincarem e interagirem com os objetos.

O realizador explica a proposta do trabalho. "Todos os equipamentos que as crianças encontrarão aqui tratam desse assunto. Educa com funciona o corpo humano e outros fenômenos físicos ligados à audição e visão". Ao todo, 15 peças integram a exposição.

Fazer história

Outras 15 devem circular pelo Estado.  A proposta do MIS é romper as barreiras e não ficar num só território. Com isso, a proposta é que o equipamento percorra as periferias, municípios e até outros estados. Segundo André Scarlazzari, a ação se une com a nova metodologia do equipamento.

"O MIS tem a vocação da guarda da nossa história audiovisual. Tem 42 anos de existência, mas é a primeira vez que ele consegue ter uma infraestrutura arquitetônica e tecnológica para dialogar com o púbico. Deixou de ser um equipamento de guarda do acervo e passou também a ser produtor de conteúdo. É interesse nosso salvaguardar a história, mas também produzir a história", descreve o curador.

A projeção para o futuro do MIS-CE, compartilha Silas de Paula, é constituir um espaço de surgimento de profissionais da cultura. "Trabalhamos com processo fundamental de reflexão e pensamento. É um espaço de experimentação para o audiovisual e fotografia. Um território para surgirem novos artistas da área. Não deixaremos de dar espaço para os grandes artistas que estão aí, mas o nosso foco é o pessoal de periferia, os coletivos, a criatividade possível desse espaço", finaliza o diretor.

Serviço:

Museu da Imagem e do Som do Ceará - MIS Ceará
Av. Barão de Studart, 410, Meireles. Aberto de quinta a domingo, das 13h às 21h. 
Entrada gratuita.