Desde que as primeiras notícias sobre o filme Motel Destino começaram a sair, em 2023, é muito provável que um rosto tenha chamado atenção: o de Iago Xavier. O cearense de 24 anos emprestou seu corpo a Heraldo, um dos protagonistas do longa de Karim Aïnouz. A estreia do jovem ator ao audiovisual foi absurda até mesmo pra quem ainda está aprendendo a lidar com tamanha repercussão. Ao andar pela cidade Iago diz que já escuta o "ó menino do filme". "Algumas pessoas vêm me parabenizar e nem sabe muito pelo quê. Pessoal chega e diz:' parabéns pela novela'", confidencia aos risos.
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Iago tem uma leveza que seu personagem em Motel Destino perdeu pelo caminho. Em entrevista ao Que Nem Tu, o multiartista conta como sua vida foi mudada pela oportunidade de viver Heraldo. Ele já não se desespera ao se dizer artista. Há muita caminhada pela frente e muito o que conquistar para si e para os seus, mas agora ele tem a certeza de que é possível. Vai inspirando irmão, meninos e meninas de sua Pirambu, e Brasil afora de que vale muito à pena acreditar no sonho e no trabalho de quem faz arte.
Ele escreve, desenha, pinta, dança, canta, compõe e interpreta. Tem aquela urgência da juventude. Iago diz que quando leu o roteiro de Motel Destino tomou um susto porque encontrou lá uma participação sua, feita à época dos testes de elenco.
"Tem uma cena que é um monólogo do Heraldo. É uma cena que a gente fez de maneira muito única. Eu lembro que a primeira vez que eu li o roteiro eu tomei um susto porque tava lá o texto que eu tinha escrito. Nos testes eles pediram pra gente contar uma história. Eu já sabia um pouco do passado do Heraldo. Eu pensei 'não vou contar qualquer história. Vou contar uma história que eu sei que aconteceu e vou misturar com elementos que tem na história do Heraldo". Depois mudou alguma coisinha. Mas tava lá. E eu fiquei extremamente feliz", relata.
Alí, nos testes já começava a preparação para seu primeiro protagonista no cinema. E ele sabia disso. Tanto que ele confidencia que não acreditava que seria o ator escolhido para o longa quando ele se inscreveu. Mas curtiu tanto o processo que achou que valeria viver cada processo. Só com o avançado da seleção que ele passou a considerar integrar o elenco. No entanto, quando ele se deslocava de casa até o Porto Iracema das Artes, local que foi o nascedouro de Motel Destino e do Iago ator, ele já ia observando os vários Heraldos que existiam pelas ruas de Fortaleza.
Nesse processo de construção do personagem, observou bastante, criou um caderninho em que escrevia e desenhava tudo o que fosse importante para que desse a si ferramentas para criar seu protagonista. Karim Aïnouz também foi fundamental. Iago disse que o que mais marcou dos pedidos que o diretor cearense fez a ele durante as orientações para a gravação é de não carregar na inocência de Heraldo. "Ele não era inocente. Ele sabia o que tava acontecendo", conta.
No episódio desta quinta-feira (8), Iago ainda fala da emoção de sua primeira viagem de avião que aconteceu para França para divulgar o longa em Cannes. Ele conta como surgiu a ideia de dançar forró entre os franceses e também comparou a recepção do público à exibição do filme lá e em Fortaleza. O jovem também conta como lidou com as primeiras críticas e revelou suas maiores dificuldades durante todo o processo.