A Penitenciária Federal de Mossoró começou a receber a instalação das barras de ferro, nesta quarta-feira (21), para aumentar a proteção nos espaços internos e nas luminárias das celas. A medida é adotada após a fuga de dois detentos da unidade prisional no último dia 14 de fevereiro, quando a dupla arrancou as luminárias das celas para escapar. Conforme o g1, a informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça.
Esta foi a primeira fuga de presos registrada no sistema penitenciário federal. Além das barras de ferro, estão sendo instaladas grades atrás das celas, em uma área chamada shaft - onde ficam os dutos, a rede elétrica e uma escada que dá acesso ao telhado do presídio.
Na noite de terça-feira (20), o Ministério da Justiça já tinha determinado mudanças urgentes no presídio de Mossoró. O ofício circular foi assinado pelo chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Guilherme Marques Camelo. Dentre as modificações, estão:
- Realização de revistas diárias em todas as celas, pátios de sol e parlatórios nas cinco penitenciárias federais;
- Produção de relatórios semanais que devem ser enviados à diretoria responsável;
- Troca de todas as lâmpadas e luminárias em mal funcionamento;
- Instalação de novas lâmpadas nos locais de baixa luminosidade para auxiliar o monitoramento;
- Substituição imediata das câmeras de videomonitoramento inoperantes.
Reforço da segurança
As mudanças buscam reforçar a segurança dentro do presídio, incluindo a atualização das rondas externas e do serviço de monitoramento. O Ministério da Justiça também determinou instalação de refletores em pontos estratégicos e inspeção in loco em todas as cinco Penitenciárias Federais para realizarem um “laudo técnico de inspeção predial” das unidades.
Até o momento, foi constatado que a fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça ocorreu após diversas falhas nos procedimentos de segurança do presídio de Mossoró, como a falta de vistorias adequadas e câmeras de segurança funcionando incorretamente.
Quem são os criminosos?
Os detentos que fugiram foram identificados como Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35 anos. Ambos são naturais do Acre e respondem por crimes como roubo, tráfico de drogas, organização criminosa e homicídio. Eles são membros do alto escalão de uma facção criminosa de origem carioca, tendo atuação nacional e internacional.
Deibson Cabral, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho", está ligado em 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.
Já Rogério da Silva, o "Martelo", responde a processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica. Ele foi condenado a 74 anos de prisão, respondendo a mais de 50 processos, e tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.