Uma imagem registrada pela perícia nesta sexta-feira (16) mostra um buraco na parede da cela por onde fugiram os dois detentos do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN). A fuga dos presos ligados a uma facção criminosa de origem carioca ocorreu na madrugada da última quarta-feira (14). Eles foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, e se encontram foragidos com os nomes incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.
De acordo com informações do jornal O Globo, além de fazer o exame da cela, os peritos recolheram objetos com material genético para detectar se outros envolvidos tiveram acesso ao local onde os detentos estavam.
Como ocorreu a fuga
Os presos arrancaram uma parte metálica onde ficava a luminária da cela e conseguiram escalar até o teto para acessar uma espécie de shaft, uma abertura entre as paredes por onde passam tubulações de água e ventilação.
De lá, tiveram acesso a um canteiro de obras onde ocorre uma reforma no pátio do banho de sol. Eles atravessaram um tapume que cobria as obras e arranjaram um alicate. Com a ferramenta, a dupla cortou o alambrado e fez uma passagem para fora do presídio.
Rastros encontrados
Pegadas e objetos que podem ser dos dois fugitivos foram encontrados pela força-tarefa montada para tentar recapturá-los. Agentes localizaram os rastros em uma área de mata, na zona rural do município.
Também foram recolhidas peças de roupa, toalha e um lençol, que podem ter sido usados pelos dois homens, considerados de alta periculosidade.
O 2º Batalhão da Polícia Militar (BPM) afirmou que foram encontradas duas camisas, uma rede e rastros de sapatilhas, semelhantes às usadas pelos internos no presídio federal. Este rastro foi achado nos arredores da Serra Mossoró.
Ao todo, 300 homens da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar estão vasculhando a área com o auxílio de três helicópteros, drones com visão noturna e cães farejadores.
Quem são os criminosos?
Os detentos que fugiram foram identificados como Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35 anos. Ambos são naturais do Acre, e respondem por crimes como roubo, tráfico de drogas, organização criminosa e homicídio.
Eles são membros do alto escalão de uma facção criminosa de origem carioca, tendo atuação nacional e internacional.
Deibson Cabral, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho", está ligado em 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.
Já Rogério da Silva, o "Martelo", responde processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica. Ele foi condenado a 74 anos de prisão, repondendo a mais de 50 processos, e tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.