CoronaVac tem mais eficácia com intervalo maior entre as doses, indica estudo
Proteção contra casos moderados de Covid-19 passou de 78% para 83,7%
A eficácia primária da CoronaVac, ou seja, a que representa a proteção da vacina contra a Covid-19 em qualquer intensidade, passou de 50,38% para 50,7%, chegando a 62,3% com intervalos maiores entre as doses. É o que aponta um artigo científico em pré-print, com análise divulgada neste domingo (11).
Contra casos moderados da doença, o imunizante teria agora eficácia de 83,7%, quando o dado anterior apontava 78%.
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O estudo foi elaborado pelos profissionais que conduziram os testes da CoronaVac no Brasil, liderados pelo Instituto Butantan. O documento foi submetido para análise da revista científica The Lancet.
O estudo avaliou o efeito da vacina em 12,4 mil voluntários em 16 centros de pesquisa no País e teve os primeiros resultados divulgados pelo governo de São Paulo em 7 de janeiro. A vacina começou a ser aplicada nacionalmente no dia 18 de janeiro e a produção pelo Butantan representa a maior parte das doses distribuídas até aqui.
"Esse estudo corrobora o que já havíamos anunciado há cerca de três meses e nos dão ainda mais segurança sobre a efetiva proteção que a vacina do Butantan proporciona. Não resta nenhuma sombra de dúvida sobre a qualidade do imunizante", afirmou em nota à imprensa Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan
Na nova análise, os pesquisadores acreditam que os resultados de eficácia da vacina podem melhorar se houver um intervalo maior entre as doses. No primeiro estudo, a maior parte dos voluntários receberam as vacinas com intervalo de 14 dias em razão da urgência para análise do imunizante e necessidade de proteção dos profissionais de saúde.
Análise sugere intervalo de 28 dias
"Os dados sugerem que é recomendável encorajar intervalos maiores entre as doses, como 28 dias, na implementação da vacina", escrevem os pesquisadores no artigo.
Segundo estipula a bula da CoronaVac, o intervalo para a segunda dose como de 14 a 28 dias, mas a aplicação a partir do 21º já é defendida pelo Butantan desde o mês de janeiro.
Um intervalo ainda maior entre as doses chegou a ser cogitado como forma de ampliar a cobertura da vacinação e acelerar a aplicação, o que acabou não sendo implementado. Um intervalo superior a 28 dias não é consenso entre os especialistas diante dos efeitos não estudados sobre a eficácia do imunizante.