Em resposta aos assaltos violentos que estão ocorrendo em Copacabana, moradores do bairro, localizado na zona sul do Rio de Janeiro, se reuniram em “grupos de justiceiros” para confrontar criminosos. As ações repercutiram nas redes sociais nessa terça-feira (5), quando circularam imagens de pessoas agredindo supostos criminosos.
De acordo com informações da Folha de S.Paulo, um dos estopins para a criação do movimento foi o ataque sofrido por um empresário, no último domingo (3). Na ocasião, o homem teria tentado proteger uma mulher de um assalto, e acabou sendo agredido e roubado por um grupo de jovens.
Semanas antes, em 19 de novembro, um turista que foi à cidade para assistir ao show de Taylor Swift acabou sendo vítima de latrocínio enquanto passeava pela praia de Copacabana. Dois dos três acusados de envolvimento no crime haviam sido detidos por furto e liberados em audiência de custódia no mesmo dia do assassinato.
JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS
Argumentando que as ruas da região nobre estão tomadas pela violência, moradores começaram a organizar um “contra-ataque” através das redes sociais, realizando publicações de incentivo à “justiça com as próprias mãos”.
Em postagem no Facebook, por exemplo, um dos adeptos sugeriu a criação de um grupo no WhatsApp para organizar os interessados em participar da movimentação. “Proponho a criação de um grupo de WhatsApp gigante, capaz de criar pelotões de acordo com a disponibilidade de cada integrante. Objetivo: colocar ordem em Copacabana!”.
O perfil ainda defendeu que a ideia não é provocar violência desenfreada e, sim, demonstrar o poder dos moradores. “A proposta não é bater aleatoriamente, muito menos causar medo ou insegurança, é mostrar quem manda no bairro"
Outro apoiador da causa é o dono de uma academia de Jiu-Jítsu da região. Em publicação, o proprietário afirmou estar indignado com as “agressões e covardias comandadas por vagabundos, assaltantes e desordeiros contra pessoas de bem”. O homem ainda pediu que as academias e lutadores do bairro aderissem ao que chamou de “limpeza”.
“Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana", declarou ele.
AÇÕES NAS RUAS DE COPACABANA
Com a adesão de alguns moradores, o grupo saiu às ruas para executar as ações planejadas. Em imagens compartilhadas nas redes sociais, diversos indivíduos aparecem caminhando pelas ruas do bairro, com pedaços de paus em mãos, em busca de supostos criminosos.
Em outros registros, o grupo aparece agredindo jovens, apontados por eles como responsáveis por crimes na região.
O QUE DIZEM AS AUTORIDADES
Em nota, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) afirmou que “equipes da corporação seguem atuando nas ruas e prenderão em flagrante qualquer envolvido em crimes na região”.
No comunicado, a corporação ainda explicou que “vem aplicando esforços para reduzir os índices criminais, incluindo o furto a estabelecimentos comerciais e pessoas”.