A causa da morte da pequena Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, ocorrida neste sábado (16), foi lesão no encéfalo por projétil de arma de fogo, segundo laudo divulgado pelas autoridades. A menina faleceu após passar nove dias internada em estado gravíssimo no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A criança será enterrada na tarde deste domingo (17), no Cemitério Municipal de Petrópolis.
Heloísa foi baleada durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no último dia 7 de setembro, quando estava no carro com a família no Arco Metropolitano. Ela foi atingida por duas balas de fuzil, disparadas por um agente da PRF identificado como Fabiano Menacho Ferreira, que assumiu a autoria do crime.
Segundo o policial, ele efetuou os disparos após perceber que a placa do carro indicava que o veículo tinha sido roubado. Fabiano também afirmou ter ouvido um disparo de arma de fogo, e por esse motivo atirou três vezes contra o carro da família.
De acordo com o g1, no entanto, o MPF suspeita que os agentes tenham disparado mais vezes. Na ocasião, além de Heloísa, estavam no carro os pais, uma tia e a irmã de oito anos da criança.
O pai da menina, William Silva, dirigia o veículo e afirmou não ter sido abordado em momento algum ao passar pelo posto da PRF na rodovia. O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão preventiva de Fabiano e de outros dois agentes envolvidos na operação.
Governo se pronuncia sobre o caso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça, Flávio Dino, utilizaram as redes sociais para emitir comunicados sobre o caso. No X, antigo Twitter, Lula afirmou que a tragédia é “algo que não pode acontecer”. E completou: “A dor de perder uma filha é tão grande que não tem nome para essa perda. Não há o que console. Meus sentimentos e solidariedade aos pais e demais familiares”.
Já Flávio Dino publicou a nota de pesar publicada pela PRF, que afirma que o órgão expressa “as mais sinceras condolências pela perda” e “segue acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico”. O ministro também afirmou que um processo administrativo foi instaurado no dia da ocorrência e que a decisão sobre o caso “só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina”.
Caso não é isolado
Segundo a Organização Rio de Paz, que monitora casos de crianças mortas por armas de fogo há 16 anos, 15 crianças foram mortas por balas perdidas no Rio de Janeiro apenas entre 2022 e 2023. Seis dessas crianças perderam suas vidas em operações policiais.