"Eu não sei como viver mais sem você". Assim, inicia a publicação no Instagram das mães de Enzo Marchesin Barbosa, de quatro anos, morto em ataque na creche Bom Pastor de Blumenau, em Santa Catarina, nessa quarta-feira (5). Nesta quinta-feira (6), Samira Barbosa e Carina Marchesini relatam os desafios que já passaram juntos.
"Você estava junto de nós nas batalhas e passamos por elas juntos, com algumas derrotas, mas com várias vitórias, você foi nosso alicerce sempre", escreveu.
Enzo, filho de Samira e Carina, foi adotado há um ano e quatro meses. As mães encerram o texto declarando seu amor ao filho.
Temos mais batalhas para enfrentar bebê e eu sei que daí de cima você vai estar ajudando em todas batalhas e a confortar nossos corações. Dando muita força, porque de verdade eu não sei viver sem você. Te amamos muito, esses 1 ano e 4 meses foram os melhores de nossas vidas. Te amo muito meu príncipe
O corpo de Enzo Marchesin foi enterrado às 14h na região norte de Blumenau. Outras três crianças foram mortas no ataque.
O homem responsável pelo crime teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (6). O criminoso feriu outras cinco crianças no ato — quatro delas estavam internadas em um hospital da cidade, mas receberam alta.
Velório
O velório das quatro crianças assassinadas no ataque a uma creche em Blumenau (SC) começou ainda na noite de quarta-feira (5) e terminou nesta quinta (6). Sob forte comoção, as pessoas se despediram de Bernardo Pabest da Cunha, de 4 anos, Bernardo Cunha Machado, de 5, e Larissa Maia Toldo, 7, no Cemitério São José.
Bernardo Machado foi enterrado às 10 horas, Bernardo Pabest da Cunha, às 10h30, e Larissa, às 11h30.
Oficiais da Marinha que trabalham com o pai de Bernardo Machado foram até o velório para prestar solidariedade à família. "Era um menino super extrovertido, super para cima, assim como o pai", diz o suboficial Carlos Martiniano, de 42 anos. Mais de 2 mil pessoas prestam homenagens.
Investigações
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, esteve no velório para prestar apoio às famílias. Ele comentou as investigações do caso. "Toda a inteligência da Polícia Civil está sendo usada para buscar situações de redes sociais, de denúncias, inclusive no celular desse indivíduo, se há alguma possibilidade de vínculo com alguém", disse.
Segundo ele, a avaliação dada pelo delegado-geral nesta quarta foi apenas preliminar. "É uma primeira análise, mas para confirmação, de que [o criminoso] agiu sozinho, o que vai dizer isso é o celular dele."
O homem de 25 anos, que tinha quatro passagens pela polícia, pulou o muro da creche, matou quatro crianças entre 4 e 7 anos e feriu outras cinco.