A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicalli desembarcou no Brasil, na manhã desta segunda-feira (1º), considerada uma das principais suspeitas nas fraudes fiscais nos balanços da empresa. A executiva havia deixado o Brasil no dia 15 de junho e viajado para Portugal, mas apresentou-se às autoridades portuguesas na noite do domingo (30).
O voo em que estava pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, pouco após as 6h. Logo após a descida, ela foi acompanhada por agentes da Polícia Federal, saindo antes de todos os passageiros. Ela ainda entregou o passaporte à PF.
Anna Christina chegou no Terminal 3 de Guarulhos e foi encaminhada para a Delegacia Especial do Aeroporto Internacional de São Paulo da PF, dentro do aeroporto, por uma passagem lateral e de forma discreta. Por volta das 7h46, segundo o jornal O Globo, ela deixou o local.
A ex-diretora virou alvo da Operação Disclosure, deflagrada na última quinta-feira (27), com alvo nos executivos da varejista. Eles são suspeitos de envolvimento no esquema responsável por maquiar o rombo de cerca de R$ 25 bilhões no balanço da empresa.
O Ministério Público Federal no RJ aponta que Anna "tomou parte das fraudes ajudando a criar documentos para apresentar à auditoria, de forma a dar suporte ao saldo fictício" da Americanas.
Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão contra outros ex-executivos do grupo foram cumpridos. A 10ª Vara Federal Criminal também determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.
Proibição de saída
Anna Christina não pode deixar o País enquanto correrem as investigações, conforme aponta a decisão do juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
A executiva estava afastada das funções da varejista desde fevereiro de 2023 e possuía longa história na empresa, onde entrou há mais de 20 anos. Além de ex-CEO do banco digital da Americanas, ela foi diretora-presidente e presidente do Conselho de Administração da B2W, braço de varejo digital do grupo.
Outro alvo da operação da PF foi o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez. Ele, que mora na Espanha e tem dupla cidadania, foi preso em Madri, na última sexta-feira (28), mas liberado no dia seguinte.