A esposa do motorista encontrado morto dentro de um freezer foi presa temporariamente, em Santa Catarina, na segunda-feira (21). Claudia Tavares Hoeckler, 40 anos, revelou que dopou o companheiro Valdemir Hoeckler, 52 anos, asfixiou com um saco plástico e depois colocou o corpo no freezer.
A prisão de Claudia foi decretada pela comarca de Capinzal e vale por 30 dias, com possibilidade de ser prorrogada. Também foi autorizada a quebra de sigilo telefônico e o acesso aos dados da investigada.
Conforme o Metrópoles, o delegado responsável pelo caso, Gilmar Antônio Bonamigo, afirmou que ela matou Valdemir por supostamente sofrer violência doméstica.
Como foi o crime
De acordo com relatos de Claudia, ela deu três comprimidos que induzem o sono ao marido e depois amarrou os pés e as mãos dele com cordas.
“Ela lidou com gado de leite. Então, sabia como imobilizar vacas. Ela o amarrou porque sabia que, se não conseguisse, ele poderia reagir e ela iria ser morta”.
Após enrolar uma câmera de pneu no pescoço da vítima, asfixiou ele com um saco plástico. “Ele se desvencilhou. Mas ela conseguiu segurá-lo com uma mão. E, com a outra, pressionou a boca. Em pouco tempo, ele perdeu os sentidos e morreu”, detalhou Gilmar.
O corpo foi escondido dentro do freezer, porque ela não sabia o que fazer. “Depois disso, ela fez o que deveria fazer, como se fosse seguir a vida normalmente. E partiu para o encontro que iria fazer com as professoras”.
Entenda o caso
As buscas por Valdemir começaram na terça-feira (15), na região da Linha São Roque, em Lacerdópolis, onde ele morava com a esposa. Familiares e amigos publicaram imagens solicitando ajuda nas redes sociais.
Claudia prestou depoimento na sexta-feira (18) e aceitou que a polícia conduzisse perícia na casa onde eles moravam na noite de sábado (19). Mas ela fugiu da cidade antes do horário marcado.
O corpo de Valdemir foi encontrado no sábado, dentro do refrigerador da residência. Ele tinha uma lesão na nuca. O processo tramita em segrego de justiça.
Homicídio e violência doméstica
O crime é tratado como homicídio qualificado por meio que dificultou a defesa da vítima. Na decisão, a juíza Flávia Carneiro de Paris apontou que a prisão da suspeita deve facilitar o andamento das investigações.
"[A prisão] Impedirá que a representada crie embaraços para a apuração da prática criminosa, especialmente para esclarecer os motivos e as circunstâncias do crime e eventual participação de terceiros”, afirmou.
O advogado da suspeita disse ao portal g1 que a morte foi motivada por episódios de violência doméstica. "Uma mulher maltratada e violentada, física e psicologicamente, que para preservar sua vida, matou”, disse.