O YouTube bloqueou o canal do influenciador Bruno Aiub, também conhecido como Monark, nesta terça-feira (8). Na busca pelo antigo perfil, aparece a mensagem: "Este canal não está disponível em seu país".
Após o canal sair do ar, Monark utilizou sua conta no Twitter para culpar o Supremo Tribunal Federal (STF) de "censura". O influenciador ainda chamou Alexandre de Moraes de ditador.
"Fui censurado pelo STF... Não vivemos em uma democracia. Me acompanhe no Rumble/monark! Quantos dias até a policia vir na minha casa? Alexandre de Moraes age como um ditador".
Moraes já vinha sendo alvo de críticas de Monark nas redes sociais. "Estamos vivendo uma ditadura do judiciário. Situação é grave", disse o influenciador.
Já na madrugada desta quarta-feira (9), Monark publicou um e-mail recebido do YouTube, o qual explica que o canal foi bloqueado no Brasil. "Informamos que o YouTube recebeu uma denúncia por motivos jurídicos relacionada à sua conta. Após análise, seu canal foi bloqueado no site do YouTube deste país: Brasil", diz o texto.
Novamente, o influenciador usou o Twitter para alegar estar sofrendo censura. "Não foi o YouTube que censurou meu canal, foi o judiciário, isso se chama censura estatal, não tem outro nome", disse.
Demissão do Flow Podcast
Em fevereiro, os Estúdios Flow informaram o desligamento de Monark, da empresa - produtora do Flow Podcast. A demissão ocorreu devido a uma fala de Monark em episódio que foi ao ar no dia 7 de fevereiro.
Nele, o apresentador defendeu a existência de um partido nazista reconhecido por lei no Brasil - o que é ilegal. A fala repercutiu, com críticas e perda de patrocínios pelo programa. E culminou na demissão de Monark.
Fala nazista
Durante entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB), Monark fez incitações preconceituosas contra judeus e opinou sobre partidos de esquerda e direita.
"A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião [...] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", disse. O episódio 545, onde a fala nazista foi feita, foi retirado do ar pela empresa.
Assista ao vídeo:
Meu apoio ao povo judeu. É inconcebível em 2022 achar que o nazismo possa ter espaço. É uma ideologia genocida que assim como o comunismo, só trouxe destruição
— Kim D. Paim (@kimpaim) February 8, 2022
Lembrando que o Monark é da turma do Sérgio Moro e o podcast é alinhado ao MBLpic.twitter.com/Sw4f88Yjtj
A decisão pela demissão “foi tomada em conformidade com o que determinam todos os preceitos de boa prática, visão e missão nos Estúdios Flow", afirma o texto. "Pedimos desculpas a todas as pessoas, em especial à comunidade judaica”, ressalta a empresa.
Youtuber pediu desculpas
Após a repercussão da fala, Monark publicou vídeos pedindo desculpas à comunidade judaica. Ele justificou que "estava bêbado" e pediu perdão pela "insensibilidade".
"Eu queria pedir desculpa mesmo porque eu errei. Eu estava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares do mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica", comentou.