A Justiça de São Paulo concedeu medida cautelar à atriz Lívia La Gatto contra o coach Thiago Schutz, que a ameaçou e morte. A artista comemorou a decisão em suas redes sociais nesta quarta-feira (8).
O coach deve ficar a no mínimo 300 metros de Lívia e também não procurar ou falar com ela, segundo reportado pelo portal g1. O pedido foi feito pela defesa da artista na última quinta-feira (2).
A medida também foi concedida à sambista Bruna Gomes da Silva Volpi, que também se sentiu ameaçada por Thiago Schutz.
Em vídeo publicado em seu peril do Instagram, Lívia la Gatto agradeceu ao apoio que tem recebido nas redes sociais. "Eu queria dar uma ótima notícia para vocês, aqui no dia da mulher. Saiu a medida protetiva, justo hoje. Muito simbólico. Também não imaginei que passaria o Dia da Mulher na delegacia", disse.
"Eu amei que a lei tá começando a estar do nosso lado, que algumas coisas estão acontecendo, que de alguma forma tudo isso serviu para algo, para que o mínimo de uma Justiça seja feita", expressou a atriz.
Lívia revelou que irá se concentrar agora em recuperar sua saúde mental e, após isso, irá retomar a produção de conteúdo.
Entenda o caso.
Livia La Gatto foi ameaçada depois de produzir dois vídeos satirizando conteúdos de "empoderamento masculino". Sem citar o nome de Thiago, ela faz referência ao trecho de um podcast em que o coach critica uma suposta mulher que lhe ofereceu uma cerveja enquanto ele bebia Campari.
Na ocasião, Schutz exigiu que a atriz apagasse a publicação ou, caso contrário, receberia "processo ou bala", mesmo o nome dele não sendo citado diretamente na postagem da artista.
Em pronunciamento sobre o caso, o coach disse que não teve a intenção de ameaçar a atriz e a palavra 'bala' foi mal interpretada. "Tenho 34 anos, nenhuma passagem criminal, não tenho porte de arma, não participo de clube de tiro. Eu seria incapaz de dar um tiro ou de ferir alguém", declarou em vídeo publicado em 27 de fevereiro.
QUEM É THIAGO SCHUTZ?
Descrevendo-se como escritor, palestrante e apresentador em seu site oficial, Thiago Schutz afirma fazer parte de um movimento masculino denominado “red pill”. A iniciativa deturpa um conceito do filme Matrix, valorizando a masculinidade e espalhando ódio contra diversos grupos, especialmente, mulheres.
Com mais de 330 mil seguidores, Thiago é acusado na internet de produzir conteúdos misóginos e machistas. Em parte dos vídeos, o coach critica o feminismo, dá uma lista de exigências para uma 'mulher ideal' e analisa comportamentos das mulheres.
Na página em que compartilha seus conteúdos, o coach possui 330 mil seguidores, e, em um dos vídeos, afirma que mulheres são “mais caras que uma GP”, pois, de acordo com Thiago, “para o cara conseguir dar uma ‘transadinha’ rápido, ele precisa comprar um carro para a mulher”.