Um grupo de pais de alunas denunciaram estudantes por usarem ferramentas para criar nudes falsos das colegas. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Conforme o GLOBO, as vítimas seriam do 9º ano do ensino fundamental, com idades entre 14 e 16 anos, do Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca, do Rio de Janeiro. Cerca de 25 meninas tiveram as imagens editadas.
A escola enviou uma nota declarando que está apurando a ocorrência, e que irá adotar as medidas previstas em regimento escolar. Além disso, declarou que promove "a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência".
Conforme o delegado titular da DPCA, Marcus Vinícius Braga, o registro do caso foi feito pelos pais na 16ª DP (Barra da Tijuca), mas as investigações foram direcionadas para a DPCA. "Diligências estão em andamento e todos os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias", acrescentou Marcus.
Os pais e responsáveis receberam um comunicado do colégio, em que a direção se solidarizava com as alunas e os familiares das vítimas. O diretor Frei Nicolás Luis Caballero Peralta pedia que as familiares acompanhasse a vida virtual dos jovens.
“É preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que o caso se torne ainda maior e se propaguem mais situações de conflito e desrespeito”, conclui a direção.
Impunidade e ansiedade
Em entrevista ao GLOBO, uma das mães desabafou sobre o sentimento de impunidade com o caso. A mulher, que pediu para não ser identificada, relatou que a filha está tendo crise de ansiedade, principalmente porque ainda convive com os alunos em sala de aula.
"Esses alunos continuam na mesma sala delas e elas estão tendo que conviver. Eles tiram sarro da situação. Eu soube que um deles afirmou que não seria punido 'porque é branco e rico', então não aconteceria nada. Eles sabem que é errado, são instruídos, mas parecem não temer", revelou a mãe.
Para ela, os alunos deveriam ser expulsos. "Estamos correndo atrás de justiça porque não queremos que as nossas filhas aprendam a ficar caladas nessas situações. Ela, como mulher, precisa e merece ter voz. Essas violações dos corpos femininos não podem ser normalizadas", acrescentou.
Confira nota na íntegra
"O Colégio Santo Agostinho tomou conhecimento de que fotos alteradas de alguns de nossos alunos foram divulgadas por meio de aplicativos de troca de mensagens.
Como escola, atuamos no âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência, e intensificamos os momentos de rotina escolar para o aprendizado de algumas situações e desafios.
Informamos que o Colégio está tomando todas as medidas necessárias à apuração cautelosa dos fatos e está adotando as medidas previstas no Regimento Escolar.
Sabemos de nossa missão na educação e na formação integral dos nossos alunos, bem como sabemos da confiança de todos em nosso Colégio".