Após surto do vírus de Marburg ser confirmado na Tanzânia, o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) alertou, nesta quarta-feira (22), para o risco da disseminação da doença em outros três países. Uganda, Ruanda e Burundi podem enfrentar a chegada do vírus que tem taxa de mortalidade de até 88% a depender da variante.
Na terça-feira (21), o Ministério da Saúde da Tanzânia apontou que oito casos testaram positivo para o patógeno da mesma família do ebola, na região de Kagera, no Noroeste do país. Destes, cinco morreram, o que corresponde a uma taxa de letalidade de aproximadamente 63%. Ao todo, 161 pessoas estão sendo monitoradas.
Segundo autoridades de saúde, a preocupação com o vírus em países africanos se dá pela gravidade da infecção e por não haver vacinas e medicamentos aprovados para prevenir ou tratar a doença.
O especialista em medicina do governo da Tanzânia, Tumaini Nagu, recomendou que a população evitasse tocar em pessoas positivadas para a doença.
"O CDC África continua empenhado em apoiar a Tanzânia e seus vizinhos para deter este surto o mais rapidamente possível. Pedimos às pessoas que continuem compartilhando informações em tempo hábil com as autoridades para permitir uma resposta mais eficaz. Essas doenças infecciosas emergentes e reemergentes são um sinal de que a segurança sanitária do continente precisa ser fortalecida para lidar com as ameaças de doenças".
Além da Tanzânia, a Guiné Equatorial registrou o vírus no país, enquanto Gana identificou o patógeno pela primeira vez já no ano passado.
O que é o vírus de Marbug?
Vírus raro da família Filoviridae, o Marbug causa uma espécie de febre hemorrágica. Segundo a OMS, os sintomas começam de forma abrupta, com altas temperaturas e mal-estar intenso.
A transmissão ocorre, comumente, por meio de morcegos frugívoros, que se alimentam de frutas. A contaminação dos humanos é pelo contato direto com os fluidos corporais de pessoas contaminadas e por superfícies e materiais infectados.
O vírus foi descoberto nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, em 1967. Na época, funcionários de laboratórios adoeceram após entrarem em contato com tecidos de macacos infectados que vieram da Uganda.