A presidente húngara, Katalin Novak, confrontada com uma onda de indignação por ter indultado uma pessoa envolvida em abuso sexual de crianças, apresentou a sua renúncia neste sábado (10).
"Estou renunciando ao meu cargo", declarou Novak, politicamente próxima do primeiro-ministro Viktor Orban.
"Peço desculpas a quem magoei e a todas as vítimas que possam ter tido a impressão de que não as apoiei. Sou, fui e continuarei sendo a favor da proteção das crianças e das famílias", acrescentou a ex-ministra dos Assuntos da Família, de 46 anos.
Novak tornou-se a primeira mulher presidente deste país da Europa Central em 2022, uma função principalmente protocolar.
A polêmica eclodiu a partir do indulto concedido em abril de 2023, durante a visita do papa Francisco a Budapeste, a um ex-vice-diretor de um lar de menores, condenado em 2022 a mais de três anos de prisão por encobrir os abusos sexuais do diretor com crianças e adolescentes do centro.
A oposição do país pedia a renúncia de Novak desde que o portal de notícias independente 444 revelou a decisão na semana passada.
Poucos minutos depois da demissão, outra aliada de Orbán, Judit Varga, também anunciou a sua "retirada da vida pública" por ter aprovado o indulto como ministra da Justiça, cargo que já havia abandonado para liderar uma candidatura às eleições para o Parlamento Europeu.
"Renuncio ao meu cargo de deputada e chefe de lista do Parlamento Europeu", disse ela no Facebook.