A nova variante B.1.1.529 da Covid-19, detectada pela primeira vez na África austral, foi classificada nesta sexta-feira (26) como "preocupante" pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e terá o nome de "omicron".
"A variante B.1.1.529 foi relatada pela primeira vez à OMS pela África do Sul em 24 de novembro de 2021 [...] Esta variante tem um grande número de mutações, algumas das quais são preocupantes", disse o grupo de especialistas comissionados pela OMS para acompanhar a evolução da Covid-19.
Publicação de alerta do NICD:
A variante B.1.1.529 apresenta um número "extremamente alto" de mutações e "podemos ver que tem potencial para se espalhar muito rapidamente", anunciou o virologista Túlio de Oliveira em entrevista coletiva on-line supervisionada pelo ministério da Saúde.
Descoberta da variante
A equipe do instituto de pesquisa KRISP, vinculado à Universidade de Kwazulu-Natal, foi responsável pela descoberta da variante Beta, considerada altamente contagiosa no ano passado.
As mutações do vírus inicial podem potencialmente torná-lo mais transmissível a ponto de torná-lo dominante: foi o caso da variante Delta, registrada inicialmente na Índia e que, segundo a OMS, reduziu a eficácia das vacinas em termos de transmissão do vírus para 40%.
Neste momento, os cientistas sul-africanos não têm certeza da eficácia das vacinas antiCovid existentes contra a nova forma do vírus.
"O que nos preocupa é que esta variante pode não só ter uma capacidade de transmissão aumentada, mas também ser capaz de contornar partes do nosso sistema imunológico", disse outro pesquisador, o professor Richard Lessells.
Casos registrados
A identificação dessa nova variante da Covid-19 foi anunciada nessa quinta-feira na África do Sul. Um caso também foi detectadoo em Israel em uma viajante que retornava do Malawi, e outro em Hong Kong.
A Bélgica anunciou, nesta sexta-feira, ter detectado um caso da nova variante, sendo, assim, o primeiro país da Europa com registro de ocorrências da Ômicron. O continente europeu, porém, já vive novos surtos em algumas regiões, e países do bloco já impuseram medidas mais rígidas.
Devido à nova cepa, vários países já cancelaram ou restringiram os voos procedentes do sul africano. No Brasil, a medida restritiva foi recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência sugeriu restrições para, além da África do Sul, outros países africanos como Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
O texto aconselha, ainda, que viajantes brasileiros e seus acompanhantes legais façam quarentena após desembarque no País caso tenham origem ou passagem pelos países africanos alvos da medida.