Conheça 16 alimentos que ajudam a aliviar sintomas da ansiedade

A alimentação vem como aliada ao tratamento para melhorar a produção de serotonina

A ansiedade é um conjunto de sensações físicas descontroláveis em que a pessoa vive em estado de tensão ou cansaço. Um estado afetivo de nervosismo, apreensão, temor, à espera de que algo de ruim possa acontecer. "Com isso, o indivíduo acaba perdendo momentos importantes, além de qualidade de vida, muitas vezes se julgando negativamente como insuficiente, incapaz ou imaturo", informa o psicólogo Gustavo Martins*.

Além disso, a ansiedade pode influenciar na alimentação por meio de mudanças no apetite, sendo a falta ou o excesso, e no sono. "Nas alterações de sono, há uma elevação do cortisol, o hormônio do estresse, e isso pode levar ao aumento da fome. Essas alterações podem estar associadas ao excesso de peso ou à deficiência de nutrientes", acrescenta a nutricionista Raquel Lacerda**.

Ao Diário do Nordeste, os profissionais destacaram hábitos que trazem benefícios para a saúde e melhoram a qualidade de vida, além de listar 16 alimentos que ajudam a aliviar os sintomas da ansiedade. (Veja a lista abaixo).

Alimentos que ajudam a aliviar a ansiedade

De acordo com a nutricionista, pessoas que têm esse transtorno possuem uma diminuição dos níveis da serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade.

A alimentação vem como aliada ao tratamento para garantir a presença do triptofano e do magnésio para melhorar a produção de serotonina. Entre os alimentos que auxiliam no tratamento, estão:

  1. Ovos
  2. Leite
  3. Carne
  4. Soja
  5. Cereais
  6. Batata inglesa
  7. Berinjela
  8. Tomate
  9. Kiwi
  10. Ameixa
  11. Banana
  12. Castanhas
  13. Peixes
  14. Frutos do mar
  15. Cacau
  16. Vegetais verde-escuros

“O cacau é muito interessante, principalmente chocolates que possuem um percentual maior de cacau, ou o próprio componente em pó para fazer preparações como vitaminas. Misturar o cacau, a banana e o leite ajuda bastante a melhorar esses níveis de serotonina por conta do triptofano e do magnésio”, indica.

Evitar excesso de cafeína e açúcar

Manter uma alimentação balanceada e variada ajuda a prevenir a crise de ansiedade. Do contrário, o padrão da alimentação pode prejudicar os sintomas do transtorno, como o excesso da cafeína e do açúcar.

A profissional alerta que o consumo de suplementos alimentares e de termogênicos, que contêm na composição a cafeína, deve ser evitado.

“Estes alimentos, incluindo fibras, frutas e verduras, vão ajudar também no funcionamento do intestino. Nosso intestino é como se fosse um segundo cérebro, então ele precisa estar bem cuidado para que o paciente consiga absorver o triptofano e o magnésio”, diz.

Outro aspecto importante do tratamento nutricional é lidar com os exageros alimentares causados pela ansiedade. “Usar a comida como única válvula de escape pode ser problemático e levar ao excesso de peso. Criamos uma relação muito íntima com os alimentos e eles têm diversos significados. Essa relação precisa ser trabalhada para a prevenção dos exageros. Por essa razão, o acompanhamento com uma nutricionista é tão importante nesses casos”, afirma a nutricionista.

Já sobre a falta de apetite, Gustavo Martins pontua que “algumas pessoas não conseguem aguentar a intensidade da produção de suco gástrico quando ficam ansiosas, e isso acaba deixando-as tão enjoadas que não conseguem comer. Esse processo de evitar se alimentar vai se transformando em um hábito”, diz.

Hábitos

“Você precisa conseguir desenvolver práticas que te permitam estar mais relaxado, além de acalmar seu corpo, aprender a frear as emoções, diminuir as crises, vencer o medo de sentir ansiedade e saber como agir e quando agir”, diz o psicólogo, que ainda lista uma série de hábitos que podem ser adotados para reduzir os sintomas do transtorno. Confira:

  • Reduzir o consumo de gorduras e de estimulantes como café e ritalina;
  • Diminuir o uso de celular e outras telas. Uma dica é reduzir as luzes a partir das 18h;
  • Reduzir o uso de televisão e celular na cama auxilia o corpo a descansar e ficar menos ansioso na hora de dormir;
  • Diminuir o consumo de informações que possam causar ansiedade e agitação;
  • Fazer alongamentos durante o dia para reduzir as dores constantes; yoga; exercício físico consciente e moderado (nada de extremos); corridas; natação;
  • Escrever em diários terapêuticos e fazer anotações sobre a ansiedade;
  • Ter uma boa rede de apoio para fortalecer amizades e vínculos com pessoas verdadeiras;
  • Participar de grupos de apoio, de suporte emocional ou grupos de exercício em conjunto.

O psicólogo Fillipe Viana*** também destaca que a ansiedade, diferente da angústia, está em um nível de sofrimento humano que paralisa. “Em um momento de crise de ansiedade, o ideal seria estar acompanhado, nunca sozinho, além de habituar-se ou estar disposto a falar sobre o que está sentindo. A boa alimentação também auxilia para que os hormônios estejam equilibrados. Ser assistido por profissional da saúde mental e nutricionista também é fundamental’, finaliza.

*Gustavo Martins é psicoterapeuta formado pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Especialista em terapia cognitivo comportamental e psicologia analítica. Trabalho com foco em ansiedade, depressão e transtornos alimentares. Atua em clínica em Fortaleza.

**Raquel Lacerda é nutricionista com abordagem na nutrição clínica e comportamental. Atua em clínica em Fortaleza.

***Fillipe Viana é psicólogo, especialista em Clínica Psicanalítica e tem formação em psicologia hospitalar. Atua em clínica em Fortaleza.